sexta-feira, 29 de junho de 2012

Crescimento evangélico,o que há de bom nisso?Se é que tem algo de bom nisso...



O IBGE  divulgou dados do censo 2010 sobre a população evangélica: Somos 42 milhões e 22,2% da população.Crescimento que deve estar perturbando alguns que sempre excluíram e discriminaram o povo evangélico ,povo que  muitas vezes também sofreu por sua fé e pela forma que manifestava sua crença.Hoje somos um povo, cobiçados pelo capitalismo , gente que vivia em guetos e agora atinge a mídia , se apresenta nos grandes palcos, prega na tv e até consegue eleger seus "representantes", quem diria que alcançaríamos tudo isso, mas de que vale tudo isso?Qual o efeito desse crescimento expresso em estatística do maio bando de dados do País?

E agora , poderemos influenciar na politica, poderemos normatizar a sociedade , subjugando-a , arrastando - a  para baixo das asas da nossa moral , institucionalizar nossos dogmas , sacralizar o estado  em nome do "Reino".

Quando pergunto a um estrangeiro “O que é um cristão evangélico?”, obtenho uma resposta mais ou
menos assim: “Alguém que defende os valores da família e se opõe aos direitos dos homossexuais e ao aborto” Jesus não disse: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos [...] se apenas passardes leis, acabardes com a imoralidade, e restaurardes a decência à família e ao governo”, mas, antes, “... se vos amardes uns aos outros” “O reino de Deus não vem com aparência visível. Nem dirão: Ei-lo aqui! ou Ei-lo ali! porque o reino de Deus está dentro de vós!”.
Como é fácil juntar-me à política da polarização e me ver gritando através das filas dos grevistas contra o “inimigo” do outro lado. Como é difícil lembrar que o reino de Deus me chama para amar a
mulher que acabou de sair da clínica de abortos (e, sim, até o seu médico), a pessoa promíscua que está
morrendo de AIDS, o rico proprietário de terras que está explorando a criação de Deus. Se não consigo
demonstrar amor a tais pessoas, então devo questionar se realmente entendi o evangelho de Jesus
ferramentas do reino do mundo, torna-se ineficaz, ou tão tirânica quanto qualquer outra estrutura poderosa. E, toda vez que a igreja tem-se mesclado com o estado (o Sacro Império Romano, a Inglaterra de Cromwell, a Genebra de Calvino), o apelo da fé sofre também. Por ironia, nosso respeito no mundo declina em proporção de quão vigorosamente tentamos forçar os outros a adotar nossas concepções.
Ovelhas entre lobos, uma sementinha numa horta, fermento na massa do pão, sal no alimento: as próprias
metáforas de Jesus sobre o reino descrevem uma espécie de “força secreta” que trabalha de dentro para
fora. Ele não falou nada acerca de uma igreja triunfante partilhando poder com as autoridades. O reino de Deus parece operar melhor como movimento da minoria, em oposição ao reino deste mundo. Quando cresce além disso, sutilmente muda de natureza.(*1 )

Com tudo isso , não há dentro de mim nenhum entusiasmo por esse país estar se tornando uma nação evangélica distante do evangelho, protestante que não protesta contra a injustiça , universal que inclui quem tem e exclui quem não tem ,mundial mundanizada e mais romana do que o papa poderia desejar . 
Igreja com suas brigas por cargos altos para se descobrir quem é o sumo sacerdote , quem fará por nós aquilo que Jesus já fez, assim  deveriam entender mas o poder fascina , quanto mais agora que obtemos tanta notoriedade .
Ainda vejo rastros de uma igreja que  anda nos passos de Jesus , que é justa , que vai aos perdidos sem se preocupar se esses serão ou não dizimistas em suas congregações  . Gente simples que ama a Deus, amando - o no próximo , gente que entende o que é graça e manifesta todos os dias o amor em atos reais de justiça , graça e perdão.  



Adilson Ferreira

(*1)O Jesus que eu nunca conheci - Philip Yancey

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