Gustavo Henrique é um grande amigo , e admiro seu discurso, porém o que mais admiro nas pessoas é a atitude diante das circunstâncias, e não tenho dúvida que se tem alguém que vive o que prega, um desses é o Gustavo. Fiquem a vontade para comentar essa entrevista que apresenta diversos pontos que podem gerar controvérsias.
1 - Você já fez parte da igreja, inclusive, participamos de algumas coisas juntos; o que te levou ao entendimento que a igreja não é o seu lugar?
Nos últimos tempos eu passei a desprezar a morte e valorizar a vida. Não a minha vida em particular, mas a vida em geral. As religiões ao contrário, valorizam a morte como solução para a vida. Viver para morrer, morrer para viver. Não é assim? Hoje penso que é viver para viver, pra mim isto é tudo.
2 - Tenho acompanhado um pouco da sua trajetória, e sei que a desigualdade social é um dos pontos mais atacados por você, ainda acredita ser possível um país onde haja igualdade entre as pessoas?
Em um único país não. A natureza da desigualdade não é o governo nacional ou a política nacional, mas o abismo entre os proprietários do que é necessário para produzir toda riqueza e aqueles que só tem sua própria força de trabalho para vender em troca de um salário. Todo este processo funciona integrado ao mercado que hoje possui uma dimensão necessariamente mundial. É o que alguns chamam de “globalização” ou divisão internacional do trabalho. Neste sentido, qualquer tentativa de por fim as desigualdades no interior de um único país será fracassada. Logo, só é possível a existência de um mundo igual, mas nunca, um único país igual. Neste cenário, os países aparecem como um elo do processo de luta por uma sociedade igual e livre, mas incapazes de realizá-lo plenamente.
3 - Você é socialista, em países como Cuba, Coréia do Norte (países socialistas), existe uma ferrenha perseguição religiosa; por que igualdade e liberdade não fazem parte do ideal socialista?
Não existe liberdade sem igualdade, nem igualdade sem liberdade. Onde não há liberdade, não pode haver igualdade, afinal, como pode existir igualdade quando um grupo possui poder para restringir a liberdade alheia? Liberdade entre desiguais é apenas uma liberdade abstrata e formal, onde a pessoa é livre para o fazer o que nunca terá condições efetivas de fazer. Aqui cabe um esclarecimento. O contrário de igualdade não é diferença, mas desigualdade. O contrário de diferença é indiferença. Somente em um mundo de iguais, as diferenças poderão se manifestar de maneira autêntica e aberta. Em um mundo de desiguais, como o nosso, convive a mais indiscriminada indiferença. Tudo se reduz ao valor e ao dinheiro. Neste sentido, deve estar claro, que os países citados não possuem nenhuma relação com socialismo. O socialismo não é a elevação do poder do Estado, mas a sua supressão. Deve-se entender a especificidade de um processo naquilo que ele é e não a partir do que dizem que é. Neste caminho, o Brasil, por exemplo, está além de Cuba e Coreia do Norte em diversos aspectos, mas todos eles aquém do socialismo. Por isto a perspectiva do socialismo é aquela onde os trabalhadores se organizem e lutem cada vez mais, assumindo o controle e o planejamento da produção; eliminando a propriedade privada dos meios de produção, o Estado, a política e todo tipo de desigualdade; para que as diferenças possam se manifestar sem barreiras, livremente, sem que tudo seja tratado indiferentemente através do seu valor em dinheiro, inclusive os próprios homens. Só isto para mim significa liberdade e não existe hoje em lugar algum.
4 - Sei que é filiado ao Pstu, em um país onde a política é feita para atender aos interesses de grandes, acha possível algum resultado nessa luta de oponentes com poder de influência tão desigual?
A arena do PSTU não é a mesma dos demais partidos. Não é a urna e o parlamento, mas nas lutas dos trabalhadores. Nas greves, mobilizações, atos públicos, ocupações urbanas você vai encontrar o PSTU. Nosso objetivo não é fazer com que as demais pessoas acreditem no partido, mas que acreditem nelas mesmas e levem suas revindicações e interesses até as últimas consequências. O PSTU existe para impulsionar a luta dos trabalhadores, não para influenciá-los a acreditar no partido, em algum governo ou em alguma pessoa. Condenamos todo tipo de credulidade. A questão aqui é que o campo do PSTU não é o da política no sentido que normalmente se toma, mas a impulsão da luta e auto-organização dos trabalhadores, cujo fim último é o fim de todo tipo de poder e da própria política.
5 - Qual a sua opinião sobre a legalização do aborto e da maconha?
O aborto é um direito da mulher sobre o seu próprio corpo. Quanto mais tempo levar para ser legalizado, maior será o número de mulheres a perderem a vida em clínicas ilegais e precárias. Existem uma porção de discussões inúteis que procuram definir em que momento começa a vida. Não se trata aqui de definir quando começa, isto é irrelevante. Trata-se de compreender que o ser humano é um ser social, que se constrói e se constitui socialmente, ou seja, na sua relação cotidiana com as demais pessoas e o mundo. Um feto leva 3 meses para formar o seu sistema nervoso, até lá, ele não é tão diferente de um espermatozoide ou um óvulo isolado, um ser humano em potencial. Aí varias pessoas querem inserir elementos de crença religiosa para definir estas questões. Quando tem alma? Quando não tem? Vê se tem algum cabimento nisso, uma pessoa que não é cristã tem que seguir uma legislação por causa da crença de outra pessoa. Isto séria análogo aos muçulmanos exigirem o uso de veu pelas mulheres, ou os judeus exigirem a circuncisão para todas crianças, ou seja, totalmente descabido.
A generalização do uso de drogas certamente é expressão de uma sociedade doente, que não oferece perspectivas razoáveis aos indivíduos que a compõem. Mas não existe motivos para cercear a liberdade dos indivíduos. Da mesma forma que não cabe ao Estado definir qual religião cada um vai professar ou se deve professar alguma. Estas coisas são escolhas dos indivíduos. Veja toda industria do tráfico de drogas, tudo isto existe porque o consumo das drogas é ilegal. A legalização levaria ao fim do tráfico do dia para a noite, pois não á sentido em traficar o que é legal. Observe que não se trata de estimular ninguém a consumir drogas, mas cabe ao indivíduo escolher.
6 - Há um tempo, os jovens se envolviam com as questões políticas do Brasil, qual o motivo de tanto desinteresse dos jovens pela política nacional?
A resposta já está implícita na pergunta. O que é a política? Política é a tentativa de contornar problemas sem solução. Vivemos imersos em antagonismos inconciliáveis e o papel da política e do Estado é de camuflarem os antagonismos, através de negociatas, da conciliação e assim sendo, perpetuarem estes antagonismos sem nunca resolvê-los. Afinal, como querer que indivíduos que passam toda sua vida treinados para fazer crescer o seus bens privados, possam enquanto governantes pensar no bem público?
Penso que em certo sentido, a decepção com a política é fruto daqueles que alimentaram durante décadas (mesmo que travestidos em um discurso socialista), que a política tem poder de mudar alguma coisa a partir de si mesma. Isto é necessariamente falso. É necessário conscientizar as pessoas a lutarem pelos seus próprios interesses. Buscar uma transformação social profunda, onde não necessitemos mais do Estado e da política. Qualquer fé ou esperança depositada na política resultará necessariamente em decepção.
7 - O que representa Turmalina em sua vida?
Um excelente lugar para passar a infância, neste sentido, fui um privilegiado. Mas um lugar difícil de viver na fase adulta e profissional, sobretudo devido as perseguis ões de natureza política. O que é acentuado pelo fato da cidade ser governada por medíocres insignificantes, que só querem poder e dinheiro. Em suma, Turmalina hoje, para mim, significa minha família e meu passado.
8 - Você acredita em Deus?
Sim
9 - Vê alguma importância para a igreja no desenvolvimento de práticas que atendam além da vida espiritual das pessoas?
Se uma prática diz respeito apenas a natureza “espiritual”, isto significa que este “espiritual” é uma farsa, uma mascara. Se tem alguma importância nestas práticas está no fato de irem além do espiritual e incidirem na vida e no cotidiano das pessoas.
10 - Acredita em eternidade? Já parou pra pensar sobre isso?
Hoje eu não me preocupo com estas coisas e considero esta questão pouco importante. Se estamos aqui na terra é porque o centro das nossas ações é aqui e agora. Remeter o sentido da vida para algo além da própria vida, pode parecer grandioso, mas para mim é fuga e covardia.
11 - O que você acha do caminho que tem tomado a igreja evangélica no Brasil?
A Igreja evangélica tem um papel positivo na vida de muitas pessoas na medida que oferece uma perspectiva de presente e futuro em um mundo que já não trás perspectiva alguma, exceto sua própria transformação. Cria também um universo de convivência social, que certamente cumpre um papel positivo na vida de muitos, sobretudo hoje, quando as relações são dominadas pela indiferença e pela disputa. Todavia a Igreja cumpre um papel muito regressivo na medida que elege candidatos para defenderem pontos cujo fundo é puramente religioso. Isto se manifesta sobretudo na questão da homofobia e do aborto. Querer moldar o comportamento das outras pessoas através da sua crença é algo um tanto quanto repugnante. Vejamos por exemplo a questão da sexualidade. Hoje já se sabe que ela não é uma mera escolha(e ainda que fosse nada mudaria), muito embora possa sim adquirir contornos específicos por aspectos psicológicos. Hoje já está mais do que comprovado, que o homossexualismo, por exemplo, tem grande interferência genética. Mas a Igreja quer imputar sua crença as demais pessoas, fazendo com que os homossexuais não tenham os mesmos direitos. Procura assim, privá-los de alguma liberdade e desta maneira apenas repetem ações de estados como os de Cuba e Coréia do Norte. Como se pode ver, mesmo dentro da Igreja, sem igualdade, não pode haver liberdade.
O único significado da vida é a participação consciente na formação da história. Quanto mais penso nisto, mais profundamente verdadeiro me parece. Segue-se que é preciso alinhar-se ativamente contra tudo o que apequena o homem e envolver-se em todas as lutas que tendem a libertá-lo e engrandecê-lo. Este imperativo categórico não é de modo algum amesquinhado pelo fato de que tal envolvimento estar inevitavelmente manchado pelo erro; erro pior é viver só para si, preso a tradições manchadas pela desumanidade. Victor Serge
Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos. Sem memória não existimos e sem responsabilidade, talvez, não devamos existir. José Saramago
Gustavo Henrique Lopes Machado
1 - Você já fez parte da igreja, inclusive, participamos de algumas coisas juntos; o que te levou ao entendimento que a igreja não é o seu lugar?
Nos últimos tempos eu passei a desprezar a morte e valorizar a vida. Não a minha vida em particular, mas a vida em geral. As religiões ao contrário, valorizam a morte como solução para a vida. Viver para morrer, morrer para viver. Não é assim? Hoje penso que é viver para viver, pra mim isto é tudo.
2 - Tenho acompanhado um pouco da sua trajetória, e sei que a desigualdade social é um dos pontos mais atacados por você, ainda acredita ser possível um país onde haja igualdade entre as pessoas?
Em um único país não. A natureza da desigualdade não é o governo nacional ou a política nacional, mas o abismo entre os proprietários do que é necessário para produzir toda riqueza e aqueles que só tem sua própria força de trabalho para vender em troca de um salário. Todo este processo funciona integrado ao mercado que hoje possui uma dimensão necessariamente mundial. É o que alguns chamam de “globalização” ou divisão internacional do trabalho. Neste sentido, qualquer tentativa de por fim as desigualdades no interior de um único país será fracassada. Logo, só é possível a existência de um mundo igual, mas nunca, um único país igual. Neste cenário, os países aparecem como um elo do processo de luta por uma sociedade igual e livre, mas incapazes de realizá-lo plenamente.
3 - Você é socialista, em países como Cuba, Coréia do Norte (países socialistas), existe uma ferrenha perseguição religiosa; por que igualdade e liberdade não fazem parte do ideal socialista?
Não existe liberdade sem igualdade, nem igualdade sem liberdade. Onde não há liberdade, não pode haver igualdade, afinal, como pode existir igualdade quando um grupo possui poder para restringir a liberdade alheia? Liberdade entre desiguais é apenas uma liberdade abstrata e formal, onde a pessoa é livre para o fazer o que nunca terá condições efetivas de fazer. Aqui cabe um esclarecimento. O contrário de igualdade não é diferença, mas desigualdade. O contrário de diferença é indiferença. Somente em um mundo de iguais, as diferenças poderão se manifestar de maneira autêntica e aberta. Em um mundo de desiguais, como o nosso, convive a mais indiscriminada indiferença. Tudo se reduz ao valor e ao dinheiro. Neste sentido, deve estar claro, que os países citados não possuem nenhuma relação com socialismo. O socialismo não é a elevação do poder do Estado, mas a sua supressão. Deve-se entender a especificidade de um processo naquilo que ele é e não a partir do que dizem que é. Neste caminho, o Brasil, por exemplo, está além de Cuba e Coreia do Norte em diversos aspectos, mas todos eles aquém do socialismo. Por isto a perspectiva do socialismo é aquela onde os trabalhadores se organizem e lutem cada vez mais, assumindo o controle e o planejamento da produção; eliminando a propriedade privada dos meios de produção, o Estado, a política e todo tipo de desigualdade; para que as diferenças possam se manifestar sem barreiras, livremente, sem que tudo seja tratado indiferentemente através do seu valor em dinheiro, inclusive os próprios homens. Só isto para mim significa liberdade e não existe hoje em lugar algum.
4 - Sei que é filiado ao Pstu, em um país onde a política é feita para atender aos interesses de grandes, acha possível algum resultado nessa luta de oponentes com poder de influência tão desigual?
A arena do PSTU não é a mesma dos demais partidos. Não é a urna e o parlamento, mas nas lutas dos trabalhadores. Nas greves, mobilizações, atos públicos, ocupações urbanas você vai encontrar o PSTU. Nosso objetivo não é fazer com que as demais pessoas acreditem no partido, mas que acreditem nelas mesmas e levem suas revindicações e interesses até as últimas consequências. O PSTU existe para impulsionar a luta dos trabalhadores, não para influenciá-los a acreditar no partido, em algum governo ou em alguma pessoa. Condenamos todo tipo de credulidade. A questão aqui é que o campo do PSTU não é o da política no sentido que normalmente se toma, mas a impulsão da luta e auto-organização dos trabalhadores, cujo fim último é o fim de todo tipo de poder e da própria política.
5 - Qual a sua opinião sobre a legalização do aborto e da maconha?
O aborto é um direito da mulher sobre o seu próprio corpo. Quanto mais tempo levar para ser legalizado, maior será o número de mulheres a perderem a vida em clínicas ilegais e precárias. Existem uma porção de discussões inúteis que procuram definir em que momento começa a vida. Não se trata aqui de definir quando começa, isto é irrelevante. Trata-se de compreender que o ser humano é um ser social, que se constrói e se constitui socialmente, ou seja, na sua relação cotidiana com as demais pessoas e o mundo. Um feto leva 3 meses para formar o seu sistema nervoso, até lá, ele não é tão diferente de um espermatozoide ou um óvulo isolado, um ser humano em potencial. Aí varias pessoas querem inserir elementos de crença religiosa para definir estas questões. Quando tem alma? Quando não tem? Vê se tem algum cabimento nisso, uma pessoa que não é cristã tem que seguir uma legislação por causa da crença de outra pessoa. Isto séria análogo aos muçulmanos exigirem o uso de veu pelas mulheres, ou os judeus exigirem a circuncisão para todas crianças, ou seja, totalmente descabido.
A generalização do uso de drogas certamente é expressão de uma sociedade doente, que não oferece perspectivas razoáveis aos indivíduos que a compõem. Mas não existe motivos para cercear a liberdade dos indivíduos. Da mesma forma que não cabe ao Estado definir qual religião cada um vai professar ou se deve professar alguma. Estas coisas são escolhas dos indivíduos. Veja toda industria do tráfico de drogas, tudo isto existe porque o consumo das drogas é ilegal. A legalização levaria ao fim do tráfico do dia para a noite, pois não á sentido em traficar o que é legal. Observe que não se trata de estimular ninguém a consumir drogas, mas cabe ao indivíduo escolher.
6 - Há um tempo, os jovens se envolviam com as questões políticas do Brasil, qual o motivo de tanto desinteresse dos jovens pela política nacional?
A resposta já está implícita na pergunta. O que é a política? Política é a tentativa de contornar problemas sem solução. Vivemos imersos em antagonismos inconciliáveis e o papel da política e do Estado é de camuflarem os antagonismos, através de negociatas, da conciliação e assim sendo, perpetuarem estes antagonismos sem nunca resolvê-los. Afinal, como querer que indivíduos que passam toda sua vida treinados para fazer crescer o seus bens privados, possam enquanto governantes pensar no bem público?
Penso que em certo sentido, a decepção com a política é fruto daqueles que alimentaram durante décadas (mesmo que travestidos em um discurso socialista), que a política tem poder de mudar alguma coisa a partir de si mesma. Isto é necessariamente falso. É necessário conscientizar as pessoas a lutarem pelos seus próprios interesses. Buscar uma transformação social profunda, onde não necessitemos mais do Estado e da política. Qualquer fé ou esperança depositada na política resultará necessariamente em decepção.
7 - O que representa Turmalina em sua vida?
Um excelente lugar para passar a infância, neste sentido, fui um privilegiado. Mas um lugar difícil de viver na fase adulta e profissional, sobretudo devido as perseguis ões de natureza política. O que é acentuado pelo fato da cidade ser governada por medíocres insignificantes, que só querem poder e dinheiro. Em suma, Turmalina hoje, para mim, significa minha família e meu passado.
8 - Você acredita em Deus?
Sim
9 - Vê alguma importância para a igreja no desenvolvimento de práticas que atendam além da vida espiritual das pessoas?
Se uma prática diz respeito apenas a natureza “espiritual”, isto significa que este “espiritual” é uma farsa, uma mascara. Se tem alguma importância nestas práticas está no fato de irem além do espiritual e incidirem na vida e no cotidiano das pessoas.
10 - Acredita em eternidade? Já parou pra pensar sobre isso?
Hoje eu não me preocupo com estas coisas e considero esta questão pouco importante. Se estamos aqui na terra é porque o centro das nossas ações é aqui e agora. Remeter o sentido da vida para algo além da própria vida, pode parecer grandioso, mas para mim é fuga e covardia.
11 - O que você acha do caminho que tem tomado a igreja evangélica no Brasil?
A Igreja evangélica tem um papel positivo na vida de muitas pessoas na medida que oferece uma perspectiva de presente e futuro em um mundo que já não trás perspectiva alguma, exceto sua própria transformação. Cria também um universo de convivência social, que certamente cumpre um papel positivo na vida de muitos, sobretudo hoje, quando as relações são dominadas pela indiferença e pela disputa. Todavia a Igreja cumpre um papel muito regressivo na medida que elege candidatos para defenderem pontos cujo fundo é puramente religioso. Isto se manifesta sobretudo na questão da homofobia e do aborto. Querer moldar o comportamento das outras pessoas através da sua crença é algo um tanto quanto repugnante. Vejamos por exemplo a questão da sexualidade. Hoje já se sabe que ela não é uma mera escolha(e ainda que fosse nada mudaria), muito embora possa sim adquirir contornos específicos por aspectos psicológicos. Hoje já está mais do que comprovado, que o homossexualismo, por exemplo, tem grande interferência genética. Mas a Igreja quer imputar sua crença as demais pessoas, fazendo com que os homossexuais não tenham os mesmos direitos. Procura assim, privá-los de alguma liberdade e desta maneira apenas repetem ações de estados como os de Cuba e Coréia do Norte. Como se pode ver, mesmo dentro da Igreja, sem igualdade, não pode haver liberdade.
O único significado da vida é a participação consciente na formação da história. Quanto mais penso nisto, mais profundamente verdadeiro me parece. Segue-se que é preciso alinhar-se ativamente contra tudo o que apequena o homem e envolver-se em todas as lutas que tendem a libertá-lo e engrandecê-lo. Este imperativo categórico não é de modo algum amesquinhado pelo fato de que tal envolvimento estar inevitavelmente manchado pelo erro; erro pior é viver só para si, preso a tradições manchadas pela desumanidade. Victor Serge
Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos. Sem memória não existimos e sem responsabilidade, talvez, não devamos existir. José Saramago
Gustavo Henrique Lopes Machado
A entrevista foi feita com respostas cara a cara, na hora, ou as perguntas foram enviadas e depois respondidas?
ResponderExcluirEvandro,enviei as perguntas por email,kkk,mais do que uma entrevista foi uma troca de idéias sobre alguns temas interessantes.Seja bem vindo e volte sempre!
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