Começaremos nossas entrevistas com um grande amigo que por muito tempo tem nos ajudado muito no ministério e nos abençoado com sua habilidade em resolver problemas .O primeiro entrevistado do nosso blog é o sempre competente Douglas Cordeiro.
1- Você acaba de concluir sua faculdade de administração, está satisfeito com sua escolha e entende que essa é sua vocação?
Estou satisfeito, apesar de optar pelo curso em função da oportunidade do que pelo interesse propriamente falando. Ainda sim me identifiquei muito ao longo destes anos e passei a entender que Deus abre portas em nossas vidas. A Administração, assim como outras áreas do conhecimento me favoreceram em muitos aspectos, por exemplo, liderar pessoas e trabalhar em equipe são alguns destes. Enfim, é um grande desafio, um aprendizado que me motiva muito.
2 - Teve vontade de desistir em algum momento do curso?
Sim. O curso à distância traz uma sensação de isolamento e isso me causou dificuldades em certos momentos. As amizades, minha família e a certeza que Deus estaria sempre comigo foram determinantes para superar os obstáculos.
3 - E sua vida cristã, qual a visão que tem sobre vida com Deus?
Vida com Deus é algo profundo demais para se explicar em palavras. Particularmente resumiria vida cristã em uma nova vida, uma nova perspectiva de enxergar as coisas e a vida em si. Parece utópico, mas o resumo disso é mudança de vida, portanto, não consigo compreender vida com Cristo e a permanência do velho homem. Infelizmente temos visto um aceitar a Cristo superficial, condicionado a outros fatores, principalmente os bens materiais.
4 - Qual a sua opinião sobre a igreja evangélica no Brasil e em Turmalina?
Penso não ser a pessoa mais indicada para tal resposta, ainda sim não consigo compreender o porquê de tantas igrejas, tantas doutrinas, tantos interesses até mesmo conflitantes, enfim, vejo muito do próprio homem sendo usado em nome de Deus. Em Turmalina visualizo a extensão do que mencionei anteriormente. Gostaria de frisar que existem inúmeras exceções e a igreja dentro de um contexto não deixará de ser importante.
5 - Você já trabalhou com os jovens da Igreja Batista, como foi sua experiência ajudando na Rede de jovens e como pretende ajudar no ministério?
Trabalhar com jovens foi o maior desafio de minha vida cristã até o momento. Jovens são intensos, não se saciam facilmente, querem sempre mais, algo novo, não se satisfazem por completo. Apesar disso não entendo a igreja como um atrativo, talvez seja este o ponto a ser trabalhado. Os jovens querem receber demais, ao mesmo tempo em que não querem dar de si em prol do outro. Apesar disso as exceções são muitas e o trabalho à frente da mocidade foi valido e cheio de aprendizados. Atualmente tenho me doado relativamente pouco, mas confesso estar revendo minhas prioridades, mesmo porque nunca me enxerguei apenas sentado no banco. Enfim, liderar é motivante e sei que isto é algo de Deus p/ minha vida.
6- Já passou por um tempo difícil, como superou essa fase em sua vida?
Todos nós passamos por tempos difíceis, a diferença é como nos portamos diante dos obstáculos, das incertezas, das perdas, enfim, isto faz toda a diferença. A depressão não se explica por si só, é um desafio contínuo, um abatimento, um vazio que corroí e mata aos poucos. Tira perspectivas, sonhos e no fim das contas nos vemos no fim do poço, onde infelizmente para muitos não há volta e a vida de fato perde o sentido. Em suma, é a impotência e incapacidade do homem diante dos problemas. Superei porque apesar de tudo, nos momentos mais difíceis sempre tive a convicção de que Deus estava comigo, sentia isso latente em minha alma. Em muitos momentos me via sem saída, sem rumo, mas a busca e o desejo de vencer me fizeram olhar a vida de outra forma, neste ponto Deus foi determinante. Oscilações, principalmente de humor são normais de vez em quando, mas a intensidade é bem diferente, ou seja, posso me sentir frágil em alguns momentos, mas sei quem de fato me sustenta. Hoje sou mais equilibrado em tudo, mas todos têm lutas consigo mesmo.
7- Pretende usar sua experiência para ajudar pessoas que também passam por momentos de angústia?
Sempre questionei a Deus neste sentindo. Porque eu? Demorei a entender, mas hoje entendo perfeitamente. É de conhecimento de poucos, mesmo porque não faço questão de expor, mas o fato é que faço visitas a pessoas depressivas. As experiências são maravilhosas, falar olho no olho com elas me fascina, entendo e sei o que elas passam e a partir deste ponto elas entendem naturalmente que posso ajudá-las de alguma forma. Mas não sou eu quem faz, mas opera em mim a certeza de que Deus é quem me conduz. Vou resumir três experiências: duas dessas pessoas estão hoje na igreja. A última foi a mais fascinante, uma senhora de aproximadamente 70 anos. Imagino o que se passava na cabeça dela quando fui à sua casa. “Em que um muleque destes pode me ajudar?” O mais incrível é que também tinha está dúvida, afinal era algo novo visitar uma pessoa de idade. Enfim, há dois dias recebi flores e um cartão de agradecimentos, e familiares me disseram que eu mudei a vida dela, apesar de saber que não fiz nada além de servi-la, Deus fez a obra, apenas deixei-me ser instrumento.
8- Você já participou do encontro, qual a sua opinião sobre esse tipo de evento?
Não gostei do encontro, pelo menos é assim que compreendo até hoje. São dois fatores para tal opinião. Primeiro é que emocionalmente estava em uma fase difícil. Segundo é que não fui acompanhado posteriormente. Talvez seja pessoal, mas enfim, recebi um “banho de água fria” enquanto recém-convertido, abriram minha alma e não tive o devido apoio para assimilar sozinho tanta carga. Já ouvi pessoas com opiniões diversas, a maioria muito positivas, mas momentaneamente é essa minha posição.
9-O que diria para as pessoas que não conhecem a Jesus?
Na verdade eu falo muito pouco, não que não deva, mas opto por ser referência e exemplo em tudo que faço. Entendo minhas limitações e procuro aceitá-las, mas existem momentos e oportunidades que são essenciais, e sempre que as tenho ou as crio falo de coisas práticas e da postura daqueles que confiam em Deus e como à forma de enxergar o ontem, o hoje e o amanhã mudam quando nos rendemos à submissão em Cristo.
10-Por que Jesus?
Não pela religião (que é do homem), mas pela certeza que não existe outro caminho, ou seja, pela vida com Cristo. Ele próprio disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.”