Duas jovens que se beijaram e, por esta razão, foram detidas, durante um culto evangélico ministrado pelo deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) em setembro de 2013, entraram com uma ação na Justiça de São Paulo contra o parlamentar. Elas pedem uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais.
O caso é surreal. Duas moças ativistas da causa gay decidem violar o artigo quinto, inciso sexto da Constituição federal:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
As moças invadiram um culto religioso, chamaram atenção para si e ofereceram um beijo lésbico aos evangélicos presentes. Aboletadas sobre os ombros de dois rapazes, em trajes sumários, protagonizaram no meio do culto evangélico uma cena obscena e nauseante.
O deputado Marco Feliciano, a principio, motivou a audiência presente a ignorar as manifestantes e não se ofenderem com o ocorrido, disse algo como: "Irmãos, elas só querem chamar a atenção. São como filhotinhos que ficam latindo para ter atenção. Devemos ignorar”.
Diante da insistência das duas ativistas, o deputado solicitou que as autoridades policiais presentes retirassem as ativistas do local, garantindo o direito constitucional dos presentes ao exercício de seu culto religioso e a proteção do local de culto e liturgia.
A moças que estavam montadas em dois rapazes e trajando roupas inapropriadas foram conduzidas pela Guarda Municipal sob aplausos dos presentes que assistiram os detalhes nos telões do evento religioso. As imagens do vídeo atestam que não foi usado nenhum tipo de violência na ação. Ao contrário, as autoridades policiais e a plateia presente se comportaram com zelo total, até para evitar cair na armadilha que os ativistas tentaram engendrar.
Joana Palhares, de 18 anos, e Yunka Mihura, de 20, foram detidas, algemadas por agentes da Guarda Civil Municipal e levadas ao 1.º Distrito Policial de São Sebastião. O beijo, segundo elas, era uma forma de protesto contra a homofobia. Ou seja, as ativistas cometeram um crime tipificado no código penal e violaram a constituição a fim de protestar contra um crime que não existe.
Uma das jovens, Joana, alega ter sido agredida. “Eles (guardas) me jogaram na grade e depois nos levaram para debaixo do palco, onde fui agredida por três guardas. E ainda levei dois tapas na cara”, disse Joana. Yunka disse não ter apanhado. “Me senti impotente enquanto a Joana apanhava e eu não podia fazer nada”. Ela reclamou que o mesmo não foi feito com casais heterossexuais que se beijaram durante a pregação.
Outros casais se beijando durante o evento? Foi isto que testemunharam as duas obscenas? Obviamente, uma alegação estapafúrdia, como sabemos, nunca se ouviu falar de tal comportamento em cultos evangélicos.
Ainda segundo Joana, o deputado Feliciano comparou as estudantes a um “cachorrinho”. “Ignorem, ignorem. Cachorrinho que está latindo é assim, você ignorou, ele para de latir”, disse aos fiéis.
Naturalmente, a expressão usada pelo deputado se referia a uma linguagem inocente e até pastoral dirigida aos fieis visando acalmar as pessoas e evitar um incidente maior, o que digamos, era o objetivo as duas ativistas. De forma alguma, o deputado quis fazer entender, como fariam muitos, diga-se de passagem, que duas figuras oferecendo este tipo de comportamento em um local de culto religioso mereceriam a alcunha supramencionada na sua atribuição comportamental mais manifesta e deletéria. Dizer que elas querem atenção, como fazem filhotinhos é imensamente diferente de chamar as duas moças de cachorras.
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