Causadora de grandes embrolhos dentre as igrejas evangélicas, a visão celular dos 12, ou G12, criada pelo pastor colombiano César Castellanos Sominguez – Missão Carismática Internacional – foi introduzida no Brasil em 1998 pelo Apóstolo Renê Terra Nova, fundador do Ministério Internacional da Restauração, após participar de um encontro da MCI em Bogotá. Terra Nova adotou nova nomeclatura para a Visão Celular que passsou a se chamar Movimento Celular ou M-12.
O G12 é um movimento que nasceu inicialmente no seio do neopentecostalismo, com o propósito de provocar o crescimento das igrejas evangélicas através de pequenos grupos conhecidos como células. Essas células atuam em reuniões nas casas dos fiéis e geralmente são compostas por doze pessoas. O número doze refere-se ao modelo do discipulado de Jesus Cristo, que separou para si doze homens para instrução, capacitação e testemunho das Boas Novas.
A nova visão então se tornou grande movotivo de debate no meio evangélico Brasileiro, por ter uma “intenção” neo-pentecostal, sendo muito bem recebido em algumas igrejas e mais que rejeitado. As principais crítica ao movimento são o fato do participante do encontro ter o seu “renascimento” para Cristo (igrejas tradicionais, não aceitam o novo “nascimento”) e em relação às doutrinas que não são aceitas pelas denominações tradicionais e pentecostais clássicas, tais como: batalha espiritual, quebra de maldições, cobertura espiritual, atos proféticos, cura interior, etc.
Sistematica do G12:
A igreja é divida em grupos de 12Esses grupos se reunem nas casas, onde se realizam reuniões de estudo bíblico e oração, sob a coordenação de um líder. O objetivo da célula é o crescimento e a multiplicação. Assim que a célula atinge a meta de 24 membros é dividida em duas células de 12 membros, e assim por diante.
“…o princípio dos doze é um revolucionário modelo de liderança que consiste em que a cabeça de um ministério seleciona doze pessoas para reproduzir seu caráter e autoridade neles para desenvolver a visão da igreja, facilitando assim a multiplicação; essas doze pessoas selecionam a outras doze, e estas a outras doze, para fazer com elas o mesmo que o líder fez em suas vidas” Afirma Catellanos.
O modelo dos 12 funciona como um processo de crescimento espiritual e ministerial, que é chamado de “Escada do Sucesso”. Ele compreende quatro degraus ou etapas:
- Ganhar: Ocorre quanto um novo membro é convidado e começa a participar das reuniões na célula e/ou na igreja e aceita Jesus em sua vida
- Consolidar: É o cuidado que se tem com o novo convertido. É nesta etapa que o novo convertido é convidado a participar do Encontro,retiro espiritual
- Discipular: Após o Encontro o participante é discipulado, etapa essa em que o líder o ajuda a moldar seu caráter ao caráter de Cristo
- Enviar: O novo líder está pronto para assumir uma célula.
Como parte da estratégia de consolidação oG12 tem os ENCONTROS, que são retiros, normalmente de três dias, realizados com os membros das células. Para participar é necessário passar pelas reuniões de pré-encontro, onde os participantes recebem instruções sobre a visão e a estrutura da igreja em células. Após o retiro também são realizadas reuniões pós-Encontro. Nos encontros, a principal ferramenta de atuação é do Espírito Santo. As atividades variam a cada igreja, mas normalmente métodos de lembrar o individuo da Cruz, e outras técnicas são utilizadas, visando a transformação do caráter do indivíduo. Após o Encontro o membro da célula passa por um treinamento para se tornar líder. Esse curso dura de 3 a 6 meses e tem por objetivo formar o membro para conduzir as reuniões nas células. Quando um líder tem várias células sob seus cuidados ele recebe outros títulos, como supervisor ou coordenador.
Criticas diretas:
A polemica maior se dá em torno do ‘encontro’ realizado por meio das igrejas que ao G12 aderiram:
Há aqueles que acreditaram e sustentam ainda a opinião de que o G12 tem embutido dentro de suas doutrinas uma mística como por exemplo a ligação com Astrologia, alegando que chama roda de oração que a astrologia possui semelhante,sendo essa a representação gráfica dos 12 signos do zodiaco. Curiosamentea roda de oração do G12 está dividida em 12 partes, que na astrologia significa indicação da influencia dos animais e astros sobre a vida da pessoa. (Blog Polemicas Religiosas)
“Depois de passar por todos estes eventos, e perceber distorções da Palavra de Deus e enganos sutís, fui compelido a pesquisar sobre cada assunto. Confesso que o que encontrei, juntando com aquilo que já sabia, me deixou muito preocupado com o rumo que as igrejas evangélicas, principalmente as renovadas, estão tomando. Muitas doutrinas estranhas ao Cristianismo estão sendo sutilmente injetadas. Muitos pastores e líderes na ânsia de verem suas igrejas crescerem e serem avivadas estão adotando métodos e técnicas estranhas sem uma criteriosa investigação de seus aspectos, muitas vezes ocultos. Muitas destas técnicas trazem em suas entranhas práticas encontradas no espiritismo.” (Roberto César Alves do Nascimento)
“Toda essa experiência foi válida (Encontro),para que eu jamais seja enganado pelos “ventos de doutrinas” que a Palavra nos fala (…) se alguém acha que existe algum bem nesse movimento,tenha seus olhos abertos pela Palavra do Senhor.Vamos mantermos firmes e nunca deixarmos a verdadeira Verdade,Jesus.Olhemos para Ele,o autor e consumador da nossa fé.” (Blog Voltando ao Gênesis)
“É interessante como muitas vezes a prática contradiz a teoria ou, como diz o jornalista Joelmir Beting, “na prática a teoria é outra”. Tenho observado que o discurso do G12 vem se perdendo em suas práticas.
Quando do início do movimento uma das frases mais ouvidas era: “vamos expulsar o espírito de Roma do Brasil”. Entendia-se por “espírito de Roma” toda a influência católica em nosso país. O Pr Ricardo Gondim narra em um de seus artigos uma destas tentativas de “exorcismo da nação”. (Por: Clériston Andrade / Programa Mensagem da Cruz – Juazeiro – BA No site G+)
O Pastor Silas Malafaia da ADVEC também foi contra a visão do G12, mas em 2008 ele e o Apóstolo Terra Nova se encontraram em congresso em Brasília. Terra Nova relatou a cerca do encontro: “Existe algo na vida de um líder chamado maturidade para relacionamento. Nas nossas diferenças nos completamos. A proposta do Reino não é para os iguais, mas sim para os diferentes; e podemos ser diferentes na nossa proposta de ministério, mas somos iguais no propósito central: levar Jesus às multidões. É fácil conviver com os iguais, mas mostramos que somos maduros quando convivemos com as diferenças e temos habilidades para gerenciá-las. Quando encontramos as pessoas diferentes, é um bom sinal porque ali está o desafio da nossa humildade para aprendermos uns com os outros. Na vida, se alguém quer tirar lucro da situação, tem que aprender a andar com a diferença, caso contrário, seremos cúmplices da mesmice e vítimas da mediocridade.”
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