terça-feira, 1 de março de 2011

TE VEJO , PAI...

Te vejo , pai

no bêbado jogado na rua

sem ninguém que entenda a angustia tua

seus amigos se foram

sua dor incompreendida

sua tristeza escondida

te roubaram a vontade de viver

e te deixaram do vício a mercê

onde estão teus filhos?

o que fizeram por ti?

um abraço deles te faria sorrir.

Mais os abraços não são comuns em nosso meio,

nossos amores nunca serão iguais ao teu:

gratuito

custou muito caro

viver num lugar onde o amor é tão raro

te queria por perto

quando me faltou afeto

queria dividir contigo

um sorriso antigo

um abraço amigo

mas não estás aqui por perto

sobrou me a dor e a vontade

de estar mais uma vez ao teu lado

ser seu cúmplice , aliado

dividir não foi contigo

por orgulho,egoísmo?

Não.dividir com quem?

não estiveram ao seu lado

ninguém que quisesse

a metade de um vício

uma parte do suplício

que contigo andavam

e por companheiro

te chamavam

hoje , te queria por perto

teu amor sempre foi certo

guardado no peito

sofrido no leito

compartilhado com o teto

de um pai que não tinha

o filho por perto.

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