A Prefeitura de Aricanduva, por meio de suas secretarias municipais, realiza dias 29 e 30 de abril, a tradicional festa do trabalhador da cidade. O evento terá no sábado (30/04)show Gospel com Mattos Nascimento. A programação conta ainda com a feira livre, café da manha para os trabalhadores, presença da humorista Placidina Faladeira e outras atividades.
sábado, 30 de abril de 2016
terça-feira, 26 de abril de 2016
Acidente com ônibus deixa vários feridos no município de Turmalina
Um acidente com um ônibus da empresa Transpavar deixou várias pessoas feridas na noite dessa segunda-feira, 25 de abril, na altura do quilômetro 444 da MGC-367, na Ponte Alta, município de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha. As vítimas, sendo sete em estado grave, foram socorridas por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e ambulâncias de prefeituras da região.
De acordo com informações da Polícia Militar (PM), o ônibus, com placa de São Carlos (SP), transportava 22 comerciantes da região do Brás e da Rua 25 de Março (em São Paulo) que trabalharam na Feira Itinerante do Brás, realizada no último fim de semana em Turmalina.
O trecho próximo a Ponte Alta é muito perigoso e já foram registrados vários acidentes no local, principalmente com veículos pesados. Conforme a PM, ao iniciar a descida, o ônibus apresentou um problema mecânico no sistema de freios, desceu desgovernado e despencou numa ribanceira de aproximadamente 15 metros, próximo a cabeceira da ponte no sentido Turmalina/Diamantina. Na sequência, o veiculo colidiu contra uma pedra, que o segurou, impedindo o capotamento dentro do Rio Araçuaí.
Com o impacto, dezoito passageiros ficaram feridos. Equipes do Samu de Turmalina, Capelinha e Minas Novas, além de profissionais de saúde de prefeituras da região, prestaram socorro aos feridos. Todas as vítimas foram resgatadas com vida e encaminhadas para o Hospital São Vicente de Paulo, em Turmalina.
As causas do acidente serão apuradas pela Polícia. O trânsito segue normalmente no local.
Fonte: Aconteceu no vale
sábado, 9 de abril de 2016
A verdade de cada um
Rubem Amorese
Se Deus quiser, 2016 será, para mim, o ano da verdade. Sou de uma geração em que a verdade importava. E vivo à procura da verdade das coisas. Uma busca meio instintiva e, talvez, quixotesca. A penumbra da política, da ciência encomendada, da ideologia, dos partidarismos, dos modismos, das religiões, das certezas, tudo isso me tira o conforto: Verdade? Mentira?
Parece que a geração atual não se incomoda tanto com isso. Num dia, o ovo faz mal e, no outro, é saudável. Ontem, o aspartame derretia o cérebro e hoje é reabilitado. Café é veneno. Café faz bem. E o chocolate? E o kit de primeiros socorros nos carros? E o indispensável extintor de incêndio? E a verdade?
Eu torço pela desmoralização pública das mentiras e dos mentirosos. Sejam eles mestres, jornalistas, pastores, cientistas, políticos, governos, magistrados ou presidentes.
Abro o jornal e encontro a informação de que uma família americana resolveu deixar o filho decidir se será menino ou menina. E ele, agora com dez anos, ainda está em dúvida. Os pais dizem que ele está feliz. Só reclamam da discriminação no colégio, quando ele resolve que, naquele dia, é uma menina.
Melhor consultar o caderno de ciências. Costumam ser mais verdadeiros. Um estudo realizado na Universidade de Essex, na Inglaterra, diz que não existem mulheres heterossexuais. De acordo com os pesquisadores, elas sempre são bissexuais ou gays, mesmo que afirmem o contrário.
Melhor mudar para a política. E leio: “Um dia a história revelará que não houve mensalão; que o mensalão não existiu”. Procuro outra notícia e leio: “Não há corrupção no meu governo”. Mas, mas...
Melhor voltar para o meu porto seguro: o meio evangélico. Ah, o mundo dos discípulos de Jesus. Mas espere, vejo pastores vendendo água do Jordão para curar artrite. Será? Sal grosso para inveja? Azeite da Terra Santa para orações fortes? Templo de Salomão em São Paulo? Será?
Melhor procurar um belo sermão de inspiração na internet. “Tenho vergonha da igreja evangélica; não quero mais ser chamado de evangélico.” Ai, ai!
Hoje, todos têm a sua verdade. E fazem questão de dizê-la. Muitas vezes, sem cuidado, sem temor. Mesmo entre nós.
Parece que estamos vivendo o tempo de Isaías: “Pelo que o direito se retirou, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas praças, e a retidão não pode entrar. Sim, a verdade sumiu, e quem se desvia do mal é tratado como presa” (Is 59.14, 15).
A velocidade e a quantidade das informações que recebemos e a consequente fragmentação do nosso conhecimento nos levam a relativizar tudo. E acabam por nos empurrar para uma “equidistância” quase cínica de tudo o que se apresente como fato, como verdade. Confesso que me deixei angustiar, ao ver ladrão sendo tratado como herói e bandido como referência nacional. Com direito a ser sufragado nas urnas como representante do povo.
Então, na minha angústia, procurei por Deus em oração e lhe perguntei: “Senhor, a verdade morreu? Perdeu-se na escuridão de uma geração rebelde?”. E o ouvi dizer ao meu coração: “Por que você está aflito, e me pergunta isso? Não estamos nós dois, aqui, conversando? O que mais seu coração deseja? Ande, você, na minha presença”.
Eu entendi. Aquietei-me. E dormi em paz.
• Rubem Amorese é presbítero na Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília. Foi professor na Faculdade Teológica Batista por vinte anos e também consultor legislativo no Senado Federal. É autor de, entre outros, Fábrica de Missionários e Ponto Final. Acompanhe seu blog pessoal: ultimato.com.br/sites/amorese.
Vou-me embora para Emaús. A esperança acabou?
O vai-e-vem entre Emaús e Jerusalém
Quantas não são as vezes em que a gente se põe a caminho de Emaús? Corpo cansado a produzir um passo pesado. Afinal, as "ocorrências destes últimos dias" não estão para uma fácil digestão e os verbos da esperança parecem fluir mais soltos quando conjugados no passado.
Pois um dia desses, Cléopas e seu amigo disseram um ao outro: "Vamos voltar para casa. Vamos a Emaús, pois por aqui parece que tudo se acabou para nós."
Os acontecimentos dos últimos dias, em Jerusalém, haviam sido, além de intensos, desesperadores.
Eles mesmos se sentiam como que virados pelo avesso. O mestre deles havia sido morto já fazia três dias, e a instituição religiosa e política parecia cantar vitória uma vez mais. E sobre Jerusalém se levantava novamente o lamento que o próprio mestre havia entoado:
“Jerusalém, Jerusalém! Que matas os profetas e apedrejas ao que te foram enviados!...” (Mt 23.37a)
O lamento, porém, como que caía no vazio, na contramão da história. Pois Jerusalém cantava a vitória do status quo, da lei e da ordem, do controle e da força, da autoridade instituída e da interpretação teológica oficial, nessa verdadeira tentativa da domesticação de Deus.
Quanto a Cléopas e seu amigo, o mundo simplesmente havia ruído. As suas esperanças, primaveris como a vida, haviam achado o caminho do esgoto. Como eles mesmos dizem, num inconfundível tom depressivo:
"Nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel, mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais cousas sucederam."
Eu, com as mãos posto sobre o teclado, pensativo, paro por um momento. Em verdade, ao ler o texto (Lucas 24:13-34) que descreve a caminhada de Cléopas e seu amigo, de Jerusalém a Emaús, após Jesus ser morto, eu penso em nós e em nossa realidade. Eles falavam, deprimidos e cansados, sobre os acontecimentos de Jerusalém e eu penso em nosso pais e nesse estado de susto, insegurança e até de raiva no qual vivemos. Estamos cansados de ser enganados e submetidos a um sistema político insustentável e desligado da realidade, a uma crise econômica gerada por nós mesmos e nosso vilipendiado e corrupto sistema econômico. Os preços sobem, a inflação volta, a infraestrutura está carente, o sistema de amparo social está ameaçado, os políticos aumentam a verba partidária de forma assustadora e as prisões e delações, relacionadas a “Lava jato”, parecem não ter fim. A verdade é que está difícil esperar e acreditar que dias melhores estão a nossa porta.
A ponte
Fazer a ponte entre a Emaús de ontem e este Brasil de hoje é complicado e até complexo. Mas que a gente está profundamente revoltado e decepcionado com a “nossa Jerusalém”, isso está claro. Que as ocorrências destes últimos dias, como diz Cléopas, estão nos deixando com vontade de ir embora, isso também é realidade. E que, por vezes, os verbos da esperança parecem negar-se a ser conjugados no presente e no futuro, isso também é verdade.
É por isso que a gente até nem parece estar tão distante destes dois andarilhos a caminho de Emaús. Afinal, parece que eles decidiram cuidar da sua vida, pois com Jerusalém não adiantava brigar. E a própria esperança de um novo tempo --tempo messiânico -- havia murchado. O melhor caminho a seguir parecia ser aceitar este convite tão forte de ir para casa e cuidar da própria vida. Quantos de nós não temos passado exatamente por esta experiência. O Brasil, afinal, parece não ter jeito. O poço da crise econômica parece não ter fundo. Os políticos evangélicos não parecem ser diferentes dos outros e juntos eles montam os seus conluios. E, não por último, a nossa vida religiosa parece não querer mais brigar com Jerusalém e a gente parece querer se recolher para a intimidade da sobrevivência.
A gente até continua lendo a Bíblia, indo aos cultos e saudando os irmãos. Tudo isso, porém, constitui-se numa espécie de culto da saudade. Doces memórias da alma. Mas já não se briga mais com Jerusalém e já não se espera por mudanças que venham a alterar o status quo. A gente vai viver em Emaús, resignado com Jerusalém e com saudades do tempo da esperança.
Mas há, nesta história contada por Lucas um elemento diferenciador. Diz o texto que "o próprio Jesus se aproximou, e ia com eles".
Jesus, com pinta de peregrino religioso voltando de Jerusalém, chega como quem não quer nada. Pergunta acerca das preocupações deles, dos acontecimentos em Jerusalém, e vai, desse jeito manso, chegando perto do coração deles. Num segundo momento, porém, Jesus assume a interpretação do texto e da realidade, da Bíblia e de Jerusalém. Será, pergunta Jesus, que não há outro jeito de ler o texto e interpretar as ocorrências destes últimos dias? Será que Deus não poderia estar atuando exatamente através destes acontecimentos que parecem ser tão estranhos e absurdos? Será que Deus não está escrevendo a sua história da salvação em meio a essa confusa história humana? Será que não é exatamente isso, que deveria acontecer, seus "néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!"?
É preciso voltar para Jerusalém
Mais tarde, já sentados na cozinha da casa em Emaús, Cleópas e o seu amigo começam a relembrar essa conversa teológica/histórica de Jesus e ambos se lembram de como o coração lhes ardia naquele momento de ouvir profundo. O tempo havia passado tão rápido, justamente porque estava marcado por uma caminhada tão profunda: Essa silenciosa chegada de Jesus, com perguntas tão pastorais... Esta sua reinterpretação da Escritura que fazia arder o coração... Esta sua liberdade de aceitar o convite para chegar na cozinha da casa deles para tomar um café... Este seu gesto tão sacramental de repartir o pão... Este seu desaparecimento instantâneo como que a selar uma reviravolta completa na cabeça, no coração e nos pés daqueles dois discípulos do caminho da cruz... Mas agora é preciso voltar a Jerusalém justamente e também porque agora se sabe que Jerusalém não tem a última palavra!
Sacerdotes e autoridades, calai! Discípulos, acreditai! Passos cansados, revigorai! Coração deprimido, desperta! Que se processe uma nova leitura da Bíblia e se reconjugue o verbo da esperança, pois, o Senhor ressuscitou:
"Então os dois contaram o que lhes acontecera no caminho e como fora por eles reconhecido no partir do pão."
Até se pode entender que há na vida e na história momentos em que se quer voltar a Emaús. E Jesus até caminha conosco este pedaço da nossa jornada de vida. Mas, definitivamente, é preciso voltar a Jerusalém, pois é lá que se precisa contar a história que faz a diferença: Jesus vive! E esta diferença é tanto pessoal como política.
É a diferença que nos coloca de pé no caminho da vida. É a diferença que anuncia e denuncia que Jerusalém, com seus religiosos e seus políticos não tem a última palavra. Que Jerusalém precisa saber que, quando Deus fala, há esperança para os cansados a caminho de Emaús --e Jerusalém precisa calar, por mais que murmure.
Voltemos pois, a Jerusalém, para contar esta história que nos alimenta com o pão de cada dia e nos faz reconjugar os verbos da esperança. Você me permite caminhar com você?
• Valdir Steuernagel é pastor na Comunidade do Redentor, em Curitiba. Faz parte da Aliança Cristã Evangélica do Brasil, da Aliança Cristã Evangélica Mundial e da Visão Mundial.
Quantas não são as vezes em que a gente se põe a caminho de Emaús? Corpo cansado a produzir um passo pesado. Afinal, as "ocorrências destes últimos dias" não estão para uma fácil digestão e os verbos da esperança parecem fluir mais soltos quando conjugados no passado.
Pois um dia desses, Cléopas e seu amigo disseram um ao outro: "Vamos voltar para casa. Vamos a Emaús, pois por aqui parece que tudo se acabou para nós."
Os acontecimentos dos últimos dias, em Jerusalém, haviam sido, além de intensos, desesperadores.
Eles mesmos se sentiam como que virados pelo avesso. O mestre deles havia sido morto já fazia três dias, e a instituição religiosa e política parecia cantar vitória uma vez mais. E sobre Jerusalém se levantava novamente o lamento que o próprio mestre havia entoado:
“Jerusalém, Jerusalém! Que matas os profetas e apedrejas ao que te foram enviados!...” (Mt 23.37a)
O lamento, porém, como que caía no vazio, na contramão da história. Pois Jerusalém cantava a vitória do status quo, da lei e da ordem, do controle e da força, da autoridade instituída e da interpretação teológica oficial, nessa verdadeira tentativa da domesticação de Deus.
Quanto a Cléopas e seu amigo, o mundo simplesmente havia ruído. As suas esperanças, primaveris como a vida, haviam achado o caminho do esgoto. Como eles mesmos dizem, num inconfundível tom depressivo:
"Nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel, mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais cousas sucederam."
Eu, com as mãos posto sobre o teclado, pensativo, paro por um momento. Em verdade, ao ler o texto (Lucas 24:13-34) que descreve a caminhada de Cléopas e seu amigo, de Jerusalém a Emaús, após Jesus ser morto, eu penso em nós e em nossa realidade. Eles falavam, deprimidos e cansados, sobre os acontecimentos de Jerusalém e eu penso em nosso pais e nesse estado de susto, insegurança e até de raiva no qual vivemos. Estamos cansados de ser enganados e submetidos a um sistema político insustentável e desligado da realidade, a uma crise econômica gerada por nós mesmos e nosso vilipendiado e corrupto sistema econômico. Os preços sobem, a inflação volta, a infraestrutura está carente, o sistema de amparo social está ameaçado, os políticos aumentam a verba partidária de forma assustadora e as prisões e delações, relacionadas a “Lava jato”, parecem não ter fim. A verdade é que está difícil esperar e acreditar que dias melhores estão a nossa porta.
A ponte
Fazer a ponte entre a Emaús de ontem e este Brasil de hoje é complicado e até complexo. Mas que a gente está profundamente revoltado e decepcionado com a “nossa Jerusalém”, isso está claro. Que as ocorrências destes últimos dias, como diz Cléopas, estão nos deixando com vontade de ir embora, isso também é realidade. E que, por vezes, os verbos da esperança parecem negar-se a ser conjugados no presente e no futuro, isso também é verdade.
É por isso que a gente até nem parece estar tão distante destes dois andarilhos a caminho de Emaús. Afinal, parece que eles decidiram cuidar da sua vida, pois com Jerusalém não adiantava brigar. E a própria esperança de um novo tempo --tempo messiânico -- havia murchado. O melhor caminho a seguir parecia ser aceitar este convite tão forte de ir para casa e cuidar da própria vida. Quantos de nós não temos passado exatamente por esta experiência. O Brasil, afinal, parece não ter jeito. O poço da crise econômica parece não ter fundo. Os políticos evangélicos não parecem ser diferentes dos outros e juntos eles montam os seus conluios. E, não por último, a nossa vida religiosa parece não querer mais brigar com Jerusalém e a gente parece querer se recolher para a intimidade da sobrevivência.
A gente até continua lendo a Bíblia, indo aos cultos e saudando os irmãos. Tudo isso, porém, constitui-se numa espécie de culto da saudade. Doces memórias da alma. Mas já não se briga mais com Jerusalém e já não se espera por mudanças que venham a alterar o status quo. A gente vai viver em Emaús, resignado com Jerusalém e com saudades do tempo da esperança.
Mas há, nesta história contada por Lucas um elemento diferenciador. Diz o texto que "o próprio Jesus se aproximou, e ia com eles".
Jesus, com pinta de peregrino religioso voltando de Jerusalém, chega como quem não quer nada. Pergunta acerca das preocupações deles, dos acontecimentos em Jerusalém, e vai, desse jeito manso, chegando perto do coração deles. Num segundo momento, porém, Jesus assume a interpretação do texto e da realidade, da Bíblia e de Jerusalém. Será, pergunta Jesus, que não há outro jeito de ler o texto e interpretar as ocorrências destes últimos dias? Será que Deus não poderia estar atuando exatamente através destes acontecimentos que parecem ser tão estranhos e absurdos? Será que Deus não está escrevendo a sua história da salvação em meio a essa confusa história humana? Será que não é exatamente isso, que deveria acontecer, seus "néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!"?
É preciso voltar para Jerusalém
Mais tarde, já sentados na cozinha da casa em Emaús, Cleópas e o seu amigo começam a relembrar essa conversa teológica/histórica de Jesus e ambos se lembram de como o coração lhes ardia naquele momento de ouvir profundo. O tempo havia passado tão rápido, justamente porque estava marcado por uma caminhada tão profunda: Essa silenciosa chegada de Jesus, com perguntas tão pastorais... Esta sua reinterpretação da Escritura que fazia arder o coração... Esta sua liberdade de aceitar o convite para chegar na cozinha da casa deles para tomar um café... Este seu gesto tão sacramental de repartir o pão... Este seu desaparecimento instantâneo como que a selar uma reviravolta completa na cabeça, no coração e nos pés daqueles dois discípulos do caminho da cruz... Mas agora é preciso voltar a Jerusalém justamente e também porque agora se sabe que Jerusalém não tem a última palavra!
Sacerdotes e autoridades, calai! Discípulos, acreditai! Passos cansados, revigorai! Coração deprimido, desperta! Que se processe uma nova leitura da Bíblia e se reconjugue o verbo da esperança, pois, o Senhor ressuscitou:
"Então os dois contaram o que lhes acontecera no caminho e como fora por eles reconhecido no partir do pão."
Até se pode entender que há na vida e na história momentos em que se quer voltar a Emaús. E Jesus até caminha conosco este pedaço da nossa jornada de vida. Mas, definitivamente, é preciso voltar a Jerusalém, pois é lá que se precisa contar a história que faz a diferença: Jesus vive! E esta diferença é tanto pessoal como política.
É a diferença que nos coloca de pé no caminho da vida. É a diferença que anuncia e denuncia que Jerusalém, com seus religiosos e seus políticos não tem a última palavra. Que Jerusalém precisa saber que, quando Deus fala, há esperança para os cansados a caminho de Emaús --e Jerusalém precisa calar, por mais que murmure.
Voltemos pois, a Jerusalém, para contar esta história que nos alimenta com o pão de cada dia e nos faz reconjugar os verbos da esperança. Você me permite caminhar com você?
• Valdir Steuernagel é pastor na Comunidade do Redentor, em Curitiba. Faz parte da Aliança Cristã Evangélica do Brasil, da Aliança Cristã Evangélica Mundial e da Visão Mundial.
Assinar:
Postagens (Atom)