quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Verdades sobre a Reforma que ainda precisamos resgatar




 Alan Brizotti

Estamos na Semana da Reforma. 31 de outubro de 1517, Wittenberg,  Alemanha. Um novo tempo começava, das ânsias guardadas no cerne de  corações inflamados, surge uma nova forma, Reforma. Como um abençoado  eco de Wycliffe (1328-1384), cujos ossos foram queimados trinta anos  depois de sua morte, e de John Huss (1373-1415), o “ganso” que  profetizou sobre o “cisne”, um tempo de redescobertas começava.


Na  porta da igreja do castelo de Wittenberg, 95 teses começavam a  desmontar uma história de opressão teológica.  A vida de Lutero era  marcada por um demolidor peso de culpa e senso absurdo do pecado, até o  dia em que ele se depara com Rm.1.17, onde sua mente é aberta para a  verdade transformadora da justificação por graça e fé. No século XIX, a  frase mais conhecida da Reforma seria popularizada: “Ecclesia reformata  et semper reformanda est” (“A igreja reformada está sempre se  reformando”).

Quais são as principais verdades sobre a Reforma que ainda precisamos resgatar?

I – O resgate da justificação do pecador por graça e fé

Questão central do Evangelho: Como podemos, míseros pecadores, ser  alvos da graça de Deus? John Stott dizia que “ninguém entende o  cristianismo, se não entende a palavra ‘justificado’".  A justificação  por graça e fé começa onde há libertação dos esquemas de merecimento:  indulgências, peregrinações, penitências, ativismo eclesiástico.

Reafirmar  esse princípio nos leva a desmascarar teologias que priorizam o ter em  detrimento do ser. É o efeito Lutero destruindo a tirania do  merecimento.

II – O resgate da autoridade normativa das Escrituras

A  redescoberta do evangelho tem passagem obrigatória pela oração e estudo  da Palavra. Na época de Lutero, a hermenêutica estava presa aos  esquemas próprios e tendenciosos de interpretação da igreja.  A reforma  afirma que as Escrituras têm autoridade suprema sobre qualquer ponto de  vista humano. Não somos chamados a pregar uma teologia, mas o evangelho!

Lutero  dizia que “no momento em que lemos a Bíblia é quando o Diabo mais se  apresenta, pois tenta nosso coração a interpretar as verdades lidas  segundo nossa própria vontade, e não segundo a vontade soberana de  Deus”.

É preciso redescobrir a centralidade da Palavra.  Reafirmar esse princípio nos leva hoje a questionar nossa hermenêutica, a  assumir uma atitude bereana (At. 17. 10, 11), uma atitude de quem  pensa.


III – O resgate da igreja como comunhão dos santos

Lutero amava a igreja, não queria dividi-la, mas oferecer-lhe um  caminho de cura. A igreja era governada pelo Papa, e não por Cristo.  Somente o clero possuía a Bíblia, isso sem falar no acúmulo de riquezas e  poder da igreja enquanto o povo sofria na miséria (isso lembra alguma  coisa?). Para Lutero, a igreja é o “autêntico povo de Deus”, os líderes  servem à igreja, e não podem se servir dela. Por isso Lutero reafirmou o  sacerdócio geral de todos os crentes – todo cristão tem a  responsabilidade de anunciar o evangelho.

Reafirmar esse  princípio hoje, numa sociedade do egoísmo, do individualismo e da  indiferença, é assumir um chamado ao arrependimento. Esse arrependimento  abrange todos os “caciques denominacionais” que ainda exploravam o  povo, até às mentalidades ingênuas que, por preguiça mental, nunca  progridem na fé.

IV – O resgate da liberdade do cristão

Lutero redescobre o prazer de ser livre. Como somente Deus é livre, ele  nos concede a liberdade por meio de Jesus Cristo (Jo. 8.31,32 e 36).  Lutero perguntava: “para que serve a liberdade do cristão?”, ao que ele  mesmo respondia: “o cristão é livre para amar”. Estamos dispostos a amar  hoje?

Reafirmar esse princípio significa reavaliar todo e  qualquer sistema de submissão opressiva, legalismos asfixiantes,  estreitamentos neurotizantes, experiências carismáticas carentes de  misericórdia, que destroem a liberdade.


V – O resgate da centralidade da cruz de Cristo


Através da libertação em Cristo, o cristão se torna “um Cristo para os  outros”(Lutero), portanto, quem é cristão não pode dominar sobre os seus  semelhantes, sob pretexto algum. Antes, solidariza-se com o sofredor,  ajudando-o a carregar a cruz. Na cruz, o cristão vê crucificado o mundo.  Dela vem a nossa vocação para estabelecer o reino de justiça, igualdade  e paz. É o sinal supremo do amor de Deus.

Reafirmar esse  princípio significa voltar à verdade de que não somos celebridades, mas  servos. Como um cristão do passado dizia, “a vida oferece somente duas  alternativas: autocrucificação com Cristo ou autodestruição sem ele”.

Somos  chamados a discernir o espírito de cada época. Será que estamos  dispostos a assumir o “efeito Lutero” em nossa prática teológica atual?  Que a igreja seja sempre uma “igreja reformada, sempre se reformando”.



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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM NOSSOS PASTORES?


Por José Pontes
Prezado amigo, colega, companheiro líder, estou escrevendo essas poucas letras direto para você e também para mim mesmo. Poucos minutos antes de escrever essas poucas linhas, recebi um telefonema de um querido pastor e sua primeira palavra foi: PR. PONTES, VOCÊ TEM UM TEMPO PARA ME OUVIR? Falei que sim, foi então que ele me disse da sua dificuldade em ter amigos, dificuldades em se abrir e desconfianças com sua própria igreja e denominação. Disse-me ele: “preciso de alguém que me escute sem me julgar, sem me condenar, etc… etc… etc…” Conversamos por longos minutos, aliás, falei muito pouco, muito pouco mesmo, ele, no entanto, falou o tempo todo, do seu medo, das suas angústias, das suas inquietantes preocupações com a igreja, com sua família, com sua própria vida; depois chorou, chorou muito, sozinho pela manhã, disse-me ele. Depois me perguntou: “Pr. Pontes, o que está acontecendo com nós pastores? Será que isso é Deus trazendo juízo?” Pois, segundo ele, na sua cidade existem muitos pastores tristes, deprimidos, tomando remédios para conseguir conciliar o sono.
Fiquei a ouvir atento aquele amado colega que passa por uma forte crise depressiva, existencial; fiquei realmente a pensar o que na verdade está acontecendo conosco, “líderes” do rebanho de Deus. Comecei então a pensar em algumas possibilidades que quero compartilhar com você querido leitor dessa coluna, são elas:
Primeiro: Acho que nos últimos anos, nós pastores passamos a viver e praticar mais uma religião do que viver a SIMPLICIDADE DO EVANGELHO.
Segundo: As instituições passaram a ter um poder e um domínio fortíssimo sobre os seus líderes; as pessoas, o rebanho passaram a ser segundo plano.
Terceiro: O pastor não tem pastor que cuide dele mesmo. Não tem amigos, se isola, às vezes é autossuficiente.
Quarto: As igrejas locais estão abarrotadas de programações e atividades, e isso gera muito peso, muito trabalho e pouca produção de santidade e crescimento espiritual sadio.
Quinto: O pastor não prioriza seu casamento nem seus filhos.
Sexto: Existe no meio pastoral muita indisciplina do seu tempo e no cuidado do seu próprio corpo e da sua saúde mental.
Sétimo: Muitos pastores querem pastorear a geração de hoje com os mesmos métodos e formas de 10, 20 anos atrás – isso gera angústia e impotência. Bem, esses são apenas alguns aspectos do que considero como combustíveis que estão alimentando essa forte crise do meio pastoral. AGORA, A PERGUNTA É: FORAM APONTADOS OS POSSÍVEIS ERROS, MAS QUAL A SOLUÇÃO ?
Respondo de forma mais simples possível: se o líder quer dar um novo rumo a sua vida ou mesmo fazer consigo mesmo um trabalho preventivo contra essa crise que assola a liderança, então é copiar cada um dos pontos acima, refletir e começar a combater UM POR UM. Levando isso a sério, o líder será mais saudável nos mais variados aspectos.
ENTÃO, MÃOS A OBRA, OU SENÃO FIQUE NO MESMO ESTADO E DAQUI A ALGUNS DIAS ESTAREMOS NOS CONSULTÓRIOS PSIQUIÁTRICOS E PSICOLÓGICOS.
MAS, ACONSELHO A MIM E A VOCÊ: FAÇAMOS A CERTO HOJE PARA AMANHÃ NÃO ESTARMOS CHORANDO.
Abraço amigo,
Pr. José Pontes
(Fonte: Site da Vinacc)

[Testemunho] Priscila Coelho, apresentadora da Rede Super, fala sobre conversão e abandono ao homossexualismo. Assista




[Testemunho] Priscila Coelho, apresentadora da Rede Super, fala sobre conversão e abandono ao homossexualismo. Assista
Priscila Coelho, apresentadora do programa Amplificador, da Rede Super de Televisão, emissora ligada à Igreja Batista da Lagoinha, contou recentemente seu testemunho de conversão e abandono do homossexualismo.
Hoje com 28 anos de idade, ela revela que foi criada num lar cristão, e que na infância, sofreu um abuso sexual, o que causou diversas mudanças em sua vida. Priscila afirmou ainda que decidiu se tornar lésbica ao descobrir que um tio era gay: “Acredito que ele despertou em mim algo que eu já gostava. Então, em um dia ele me disse que era gay, e essa informação mexeu comigo. Descobri que eu também gostava de me relacionar com pessoa do mesmo sexo, mas não foi culpa dele. Eu já tinha certo interesse! Ele apenas despertou o que estava dentro de mim”.
A partir de então, se envolveu também com drogas, e usava os relacionamentos homoafetivos para reproduzir o sofrimento que passou quando sofreu abuso: “Procurava manter as meninas sob domínio e queria que elas ficassem apaixonadas por mim. Aproveitava do sentimento delas e pisava”.
Porém, Priscila contou que essas situações não preenchiam seu vazio existencial: “Eu entrava no quarto e pensava comigo mesma que eu desejava o Deus que a minha mãe serve”, e emendou: “Mas toda vez que eu pensava em me converter, imaginava que devia largar o lesbianismo, e como não queria, ficava adiando”.
Após o término de um relacionamento, resolveu voltar para sua cidade natal, Belo Horizonte, e mudar de vida: “Retornei na segunda-feira e decidi largar tudo. Não foi a igreja e nem nenhuma oposição, mas Deus falou ao meu coração que aquilo que sempre procurei havia acabado de encontrar. E realmente a minha vida mudou”.
Assista no vídeo abaixo ao testemunho de Priscila Coelho:
Por Tiago Chagas, para o Gospel+

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Caio Fábio: "Tufão da novela Avenida Brasil é mais gente de caráter do que a maioria dos pastores."




PENTECOSTALISMO, ESPIRITUALIDADE 171 E AVENIDA BRASIL





Existem muitos modos de “ver” as coisas que concernem a “Deus” [conceito] e à “espiritualidade” [prática do conceito espiritual no qual se crê].
Nem de longe é meu objetivo discorrer sobre as principais vertentes dessas espiritualidades; afinal, teria que ser um imenso de um livro o projeto que sequer pretendesse arranhar as multi-gamas dessas variáveis de olhar espiritual entre os humanos.
Atenho-me ao nosso meio imediato: o mundo cristão evangélico!

Ora, no ambiente chamado “evangélico” [que cobre hoje todos os grupos não católicos de confissão bíblica no país] — foi o Pentecostalismo [de todos os matizes] o introdutor de um pressuposto devastador para a produção de uma consciência carregada de caráter e honestidade nas práticas da vida.

O Pentecostalismo, em linhas gerais, não é predestinista-divino da segurança da salvação [como são os Reformados], embora seja predestinista-humano do inferno, quando pela certeza de que “fora dos cultos e das frequências e filiação à igreja local não há salvação”, com imensa facilidade danam toda a humanidade não igrejada no fogo...; sim, e isso por um tempo de duração eterna.

Assim nasce a ufania de que o crente pentecostal tem um poder espiritual maior do que todos os demais, pela certeza de que se houver observância aos ditames morais e aos costumes espirituais da “igreja” a pessoa se torna santa, e, portanto, superior a todos os demais humanos no planeta [caso não faça nenhuma irregularidade bíblico comportamental e jamais deixe de obedecer ao seu pastor ou líder].

Além disso, se ensina também [sem a frase explicita, mas nas entrelinhas] que “Deus é Pentecostal”, depois “evangélico”, e, depois de tudo..., quem sabe..., talvez... Deus seja “cristão” no sentido lato do termo. Mas apenas muito “quem sabe”...

Quando falo de “Igreja Pentecostal” me refiro mais ao conceito e práticas do que ao um nome ou placa. Que fique entendido; até porque a “igreja evangélica” que não é publicamente pentecostal, na prática das coisas, todavia, o é quase que na sua totalidade.
A crença é a seguinte: “Deus” tem um borogodó que os pentecostais que não tem com mais ninguém!

A eles “Deus” deu muitos poderes, especialmente aos seus líderes...

Sim, deu-lhes o poder de falar em línguas, de profetizar, de curar, de repreender o diabo, de comandar anjos, de condenar homens ao inferno, de separar o joio do trigo, de dizer o que é certo e errado para os outros todos, de intervir nos governos, de enquadrar as minorias, de acusar os que não são “evangélicos” de serem “o mundo”; e mais: deu-lhes o poder de darem ordens a “Deus”, de ordenar-Lhe o que “fé/desejo/capricho/nosso”. Sim, deu-lhes o poder de determinar [caso a pessoa não esteja devendo nada à “igreja”].

Porém, mais do que tudo, “Deus” os tornou os “Seus” representantes autorizados no planeta; assim..., eles também têm o poder de amaldiçoar, de abençoar conforme o interesse, de cobrar e receber dinheiro de “Deus”, de criarem “campos de força espiritual” [a cobertura]; além de que são eles que decidem o que Deus liga nos céus ou desliga na terra, conforme a determinação deles.

Ah, o “Eterno” também deu a eles o poder de “lavar o dinheiro de Deus”. 
O dinheiro pode ser roubado, mas se devidamente dizimado na “igreja”, está lavado.
O dinheiro pode ser de drogas, mas, dedicado à igreja, se torna santo.
O dinheiro pode ser da máfia, porém, se for tirado o dizimo do bruto, tudo está legalizado por “Deus”.

Ora, como o Pentecostalismo é revelacionista existencial... [embora creia no livro Bíblia e dele faça suas doutrinas; [adorando o livro como um ente sagrado], ainda que se dizendo uma fé bíblica, de fato, a qualquer momento, por causa do modo intimo e diferenciado que “Deus” trata os “Seus herdeiros pentecostais”, o que a Bíblia diz pode se tornar uma Lei Para Todos, mas não para o ente revelacionista existencial pentecostal; posto que para ele “Deus” dê novas “revelações”, as quais podem “abrir para o crente pentecostal somente” [...] uma porta especial e inigualável; a qual, para os demais homens “sem revelação” está vetado o entrar, mas para o “ungido” está legalizado pelo Senhor.

E tem mais: se o que estiver em jogo for a prosperidade da causa do “Evangelho ou da Igreja”, vale tudo!
Sim; vale tudo!
Querem que eu cite histórias aos milhares para demonstrar que é assim que é?
Desse modo, até a oração é “adianto indevido” pro lado do “crente”.

O sujeito não estuda, não trabalha, não se esforça, não aprende, diz que tudo coisa do “mundo”, e diz: “Eu determino que sou cabeça e não cauda, e, portanto, saiam os ímpios do meu caminho porque sou filho do Rei!”

Sendo assim, ser filho de “Deus” é ser um playboy filho de mafioso culpado e que realiza todos os caprichos de seu filho bandido e arrogante.
Ora, esse conceito se espraia para todas as dimensões da vida... Sim, literalmente altera tudo no olhar do individuo e mata o seu caráter e a sua humanidade fundamental, roubando-lhe a benção da consciência justa, e, assim, dando a tal individuo a espiritualidade 171 dos estelionatários.

Na verdade o homem se torna o que ele confessa como espiritualidade. Tudo nele passa a ser a imagem e semelhança de sua confissão e entendimento. 

Desse modo, me diga; sim, sendo assim, me diga: 

TENDO ESSE “DEUS” E DESENVOLVENDO ESSA “ESPIRITUALIDADE”... COMO É POSSÍVEL VIVER EM HUMILDADE, SERVIÇO, COMPAIXÃO, ENTREGA, SOLIDARIDADE INSDISCRIMINADA, HONESTIDADE, BONDADE, TRANSPARENCIA E REVERENCIA PARA COM TUDO E TODAS AS COISAS NA EXISTÊNCIA, QUANDO TUDO O MAIS É PARA SER USADO PELOS NOSSOS CAPRICHOS BREGAS, SEMELHANTES AOS DESEJOS COTIDIANOS EXPRESSOS NA CIDADE RELIGIOSA CHAMADA DE DIVINO NA NOVELA AVENIDA BRASIL?

Assim, digo: a coisa ficou tão 171 em tudo que não titubeio em afirmar que o personagem Tufão da novela Avenida Brasil é muito mais gente de caráter do que a maioria dos pastores 171 que em nome de “Deus” fazem do povo os “bichos do jogo”.

Com tal espiritualidade não é possível viver com lucidez, sobriedade, simplicidade, humanidade, solidariedade indiscriminada e caráter de Cristo em nós.

Entenda: falei não de pessoas e nem de uma sigla, mas apenas de um espirito que permeia quase toda a espiritualidade “evangélica”.

Sem medo de ser julgado, pois Nele falo com sinceridade,


Caio – 20/10/12- Lago Norte – Brasília – DF

www.caiofabio.net
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Confira o texto publicado no Facebook do Pastor Caio Fábio



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terça-feira, 23 de outubro de 2012

O verdadeiro casamento


"Depois que casamos, não podemos mais agir como se fôssemos solteiros e independentes, porque não somos"



Voltando ao princípio de tudo, Deus nos ensina que quando nos casamos, temos que deixar pai e mãe para nos tornamos UM com o nosso cônjuge. Isso é casamento! “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.“ Gênesis 2:24. Uma cerimônia religiosa, a bênção de um pastor ou de um padre, um documento no cartório e uma festa milionária não tem poder NENHUM para fazer isto. É uma questão de obediência a Deus. Se você acha que o que estou dizendo é besteira, me diga: Quantos casais (inclusive os cristãos) tiveram uma linda cerimônia, foram abençoados pelo líder da comunidade, assinaram os papéis no cartório, gastaram fortunas com a festa e hoje estão separados ou vivem como dois inimigos? Acho que não preciso justificar mais nada…

Muitos citam aquele famoso versículo de Marcos 10:9: “Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe”. Esse versículo só se torna real se for aplicado conforme o contexto. Se ler todo o capítulo, vai entender que Jesus está falando sobre os casais que realmente se tornaram uma só carne! Estes sim terão o seu casamento guardado por Deus. Viver uma só carne não é uma decisão que você toma só no dia do seu casamento, é uma decisão diária!

Mas afinal, o que é se tornar uma só carne?

Depois que casamos, não podemos mais agir como se fôssemos solteiros e independentes, porque não somos (ou pelo menos não deveríamos ser!). O dinheiro não é mais meu, é nosso! As contas não podem mais ser divididas entre minhas e suas, elas são nossas! Muitos casais enfrentam grandes problemas na área financeira porque ainda não aprenderam a ser uma só carne nessa questão. Ser uma só carne, é ter uma única conta no nome dos dois. Os dois salários se tornam um (caso ambos tenham renda) e as despesas são da família. A forma que esse dinheiro será usado não pode ser decidida apenas por um dos cônjuges, mas pelos dois! É claro que você não vai ligar para o seu marido cada vez que comprar um pão, isso seria ridículo, mas também não vai comprar uma TV sem consultá-lo, ainda mais se as condições financeiras não permitem. Gastos com valores altos devem ser decididos em conjunto (a não ser que seja um presente surpresa e vocês tenham condições para isso). Deve haver um equilíbrio! Uma sugestão, é combinarem um limite de valor, por exemplo “Para compras acima de R$ 50,00, devemos consultar um ao outro.” Agindo dessa forma, além de obedecerem a Deus, evitarão problemas como o da desconfiança: “O seu dinheiro já acabou? Como assim? Com o que gastou?”, “Será que o salário que ele(a) recebe é exatamente este?”. Não há motivos para desconfiança quando os cônjuges agem com transparência.

O dinheiro que o meu esposo recebe não é dele, é nosso. As contas não são minhas, são nossas. Eu não lavo só a minha roupa, eu lavo a nossa roupa. Eu não cozinho só pra mim, eu cozinho para nossa família. Eu não mantenho a casa arrumada para me sentir bem, faço isso porque é o nosso lar! Dessa maneira não tem como dar errado. Não preciso pedir dinheiro pra ele, pois temos uma conta conjunta. Ele confia em mim e eu confio nele. O sentimento que tenho é de estar sendo cuidada e protegida pelo meu marido, o provedor do nosso lar. É um sentimento maravilhoso! E sei que para ele também é assim.

Outro problema é quando um dos dois não coloca em prática o “deixar pai e mãe”. Já viu aquela pessoa que casou mas não sai da casa dos pais? Isso significa desobediência a Deus, ou seja, não viver uma só carne. Desta maneira, seu casamento ficará vulnerável. Não vou perder tempo citando exemplos de problemas que este tipo de atitude traz, pois são inúmeros! Muitos casamentos acabam em divórcio porque mesmo depois de casados, um dos cônjuges continua frequentando a casa dos pais quase que diariamente, colocando a família no meio dos problemas particulares do casal. Sem contar as comparações: “Minha mãe cozinha muito melhor que você!”, “Como era bom morar com meus pais…”, “Meu pai consertava tudo em casa, você não faz nada!”, “Minha mãe lavava e passava a minha roupa toda semana, agora tenho que andar com roupa amassada…”. Meus amigos, se tornar uma só carne é saber que a partir do dia em que você casou, uma nova família surgiu, uma nova história começou. Não há espaço para comparações! Sua família agora é seu cônjuge! Quer evitar problemas? Quer evitar o divórcio? Então deixe o seu pai e sua mãe! Importante: morar junto com os pais depois de casado é sinônimo de problema! Sei que existem exceções, mas no geral é assim, pode acreditar!

Quando casamos não podemos tomar mais decisões sozinhos. Agora somos um! Não posso mais decidir sair do trabalho, ir a uma lanchonete com os meus amigos e não consultar meu marido. Não posso sair sem dar uma satisfação de onde estou, com quem estou e que horas devo voltar. Se você quer viver assim, então não case! Se o seu casamento não está indo bem, posso afirmar que é porque ainda não estão vivendo plenamente um para o outro e de um dos lados (ou dos dois), ainda existe o egoísmo: As minhas coisas, as minhas vontades, os meus programas, os meus amigos, etc e etc. É lógico que você ainda vai fazer coisas que gosta, e muitas vezes sozinho. Eu também faço isso. Saio com minhas amigas, vou tomar um café no shopping com a minha mãe ou minha irmã, mas em momento algum esqueço que sou casada. Meu marido sempre sabe aonde estou, com quem estou e que horas vou voltar, por isso ele confia em mim e vice-versa. Diversas vezes saí para passear e comprei uma roupa ou alguma coisa para as crianças sem consultá-lo, mas eu tinha consciência das nossas condições financeiras e assim que possível o avisava. Ele faz o mesmo. Dessa forma evitamos cobranças desnecessárias e desgaste no relacionamento.

Na área sexual é a mesma coisa. Casamos e agora somos um! O meu corpo serve para satisfazer as necessidades do meu marido e o corpo dele para satisfazer as minhas necessidades. Já disse isso em outros textos e repito: Sexo egoísta não agrada a Deus! Não tenho que me preocupar em me satisfazer, mas sim em satisfazer meu marido. Se os dois tiverem este pensamento, que sexo maravilhoso terão! “O marido deve cumprir os seus deveres conjugais para com a sua mulher, e da mesma forma a mulher para com o seu marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido. Da mesma forma, o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher.” 1 Coríntios 7:3-4

Outra coisa importante são os programas em família. Agora que sou casada, as prioridades são meus filhos e meu marido. Se sei que ele vai estar em casa depois do serviço, não vou ficar arrumando programas com outras pessoas. Uma vez ou outra acontece, mas sempre não! Se meu marido sabe que é dia de fazer compras, deve se preocupar em estar conosco, nos ajudando, e não em fazer programas sozinho ou com os amigos. Eu não posso resolver viajar se meu esposo não está de acordo, nós tomamos decisões juntos! Se você casou, então assuma as suas responsabilidades, não seja egoísta e imaturo(a)! É muito mais fácil tomar decisões sozinho e fazer o que bem entende, mas só os solteiros fazem isso, casados não! E se fazem, estão dando um passo para cair no abismo do divórcio.
Termino esse post dizendo: Se você não tem vivido como uma só carne com seu cônjuge em TODAS as áreas, TODAS as situações e TODOS os dias, sinto-lhe dizer: o seguinte versículo não se aplica ao seu casamento… “Portanto o que Deus uniu não separe o homem” Mc 10:9

Tome essa decisão hoje, ainda dá tempo!

Tradução de um texto de Joyce Meyer.

Quem tem medo da Missão Integral?



Por Marcelo Lemos

Recentemente topei com o seguinte questionamento no Facebook (tomo a liberdade de reformular a questão, colocando-a na interrogativa): “Por qual motivo os líderes que combatem a Teologia da Prosperidade não combatem com a mesma força a Teologia da Missão Integral?”

Por trás desse questionamento há a ideia de que a Teologia da Missão Integral nada mais é que uma “variante da Teologia da Libertação”, uma visão marxista da vida e da sociedade dentro da Igreja evangélica. Ou seja, assim como os católicos reúnem seus marxistas ao redor da Teologia da Libertação, os evangélicos reúnem os seus na mesa da Missão Integral. Bem, se isso é verdade, a Missão Integral deve ser tida como coisa anátema. Sei que isso deixará chateados meus irmãos mais ‘progressistas’. Lamento.

Considero tal questionamento valioso, e por isso, tento em algumas linhas traçar algumas observações que refletem meu posicionamento pessoal sobre a questão.

Para começar, uma pergunta: que a Missão Integral tem haver com marxismo? Muitos que hasteiam a bandeira da TMI defendem a ideologia da luta de classes, o ideal revolucionário, e assim por diante. Não é difícil encontrar pastores evangélicos, de renome, abertamente adeptos da TMI, defendendo (ou sendo condescendente com) o aborto, o casamento homossexual, o intervencionismo estatal, o paternalismo, a luta de classes, e tantas outras coisas semelhantes – certamente em defesa do tal estado laico, do bem comum, da ‘justiça social’ ou qualquer outra coisa de nome bonitinho. Isso é Missão Integral?

Uma rápida pesquisa na Internet irá mostrar diversos sites onde se diz que a Teologia da Missão Integral nasceu na América Latina, e é uma ‘resposta’ da Igreja local contra a teologia dos imperialistas e colonizadores. É nossa [evangélica] teologia feita a partir da ótica dos oprimidos. Bem, pode até ser, querida Wikipédia.

Contudo, a coisa não é tão simples assim. Historicamente, a base da Missão Integral é um documento chamado Pacto de Lausanne, que de marxismo e luta de classes não tem nada. O que esse documento diz, e não tem nada de errado com isso, é que a pregação do Evangelho não visa preparar o homem apenas para o céu, mas também para a vida terrena. Ou seja, o Evangelho é capaz de restaurar a alma e o corpo do homem, a pessoa por inteiro. Daí o nome missão integral.

Afinal, como a Missão Integral chegou a ter sua imagem associada ao marxismo? Infelizmente, a interpretação do Pacto de Lausanne foi politizada por inúmeros líderes evangélicos latino-americanos, incluindo brasileiros. Essas pessoas deram uma leitura marxista para o documento de Lausanne, e o estrago aconteceu. E muitos demonizam o Pacto de Lausanne por isso. Tal demonização se justifica? Estou convencido que Lausanne não tem nada haver com essa visão simplista, romântica e ingênua do mundo, defendida pelos teólogos marxistas. Na verdade, a profundidade teológica de Lausanne é tão factual, que os delírios juvenis dessa gente mal conseguem atingir a superfície.   

Ora, o Pacto de Lausanne é um documento cristão, ortodoxo e reformado. O liberalismo moral (aborto, homossexualismo, etc), e o marxismo passam bem longe de suas linhas, como facilmente se pode demonstrar com algumas citações.

DEUS E SUA SOBERANIA:
“Afirmamos nossa crença no único Deus eterno, Criador e Senhor do Mundo, Pai, Filho e Espírito Santo, que governa todas as coisas segundo o propósito da sua vontade” (Artigo 1).

AUTORIDADE DAS ESCRITURAS:
“Afirmamos a inspiração divina, a veracidade e autoridade das Escrituras tanto do Velho como do Novo Testamento, em sua totalidade, como única Palavra de Deus escrita, sem erro em tudo o que ela afirma, e única regra infalível de fé e prática” (Artigo 2).

EXCLUSIVISMO DO EVANGELHO:
“Reconhecemos que todos os homens têm algum conhecimento de Deus através da revelação geral de Deus na natureza. Mas negamos que tal conhecimento possa salvar, pois os homens, por sua injustiça, suprimem a verdade” (Artigo 3).

CONTRA O SINCRETISMO RELIGIOSO:
“Também rejeitamos, como depreciativo de Cristo e do evangelho, todo e qualquer tipo de sincretismo ou diálogo cujo pressuposto seja o de que Cristo fala igualmente através de todas as religiões e ideologias”.

O RETORNO DE CRISTO:
“Cremos que Jesus Cristo voltará pessoal e visivelmente, em poder e glória, para consumar a salvação e o juízo”.

Que isso tem haver com marxismo? Que isso tem haver com Teologia da Libertação? Que isso tem haver com liberalismo moral? Que isso tem haver com a negação de doutrinas fundamentais da Fé Cristã, como se vê no discurso de famosos líderes ligados a Teologia da Missão Integral? Vale a pena recordar que um famoso expoente da TMI no Brasil, causou polêmica ao afirmar que o Retorno de Cristo é mera utopia, que Deus não é soberano sobre a História, e tantas outras heresias. Nada disso encontra respaldo no Pacto de Lausanne, portanto, se Missão Integral é qualquer dessas coisas, devemos afirmar que Lausanne e Missão Integral são coisas completamente distintas.

Seja como for, havendo ou não relação legítima entre Lausanne e TMI, o fato é que existe uma Teologia da Missão Integral. Essa deve ser a missão da Igreja, se é que realmente almejamos tornar o Reino de Deus visível entre os homens: “assim na Terra como [é] no céu”. E creio que a verdadeira Missão Integral da Igreja está muito bem exposta e representada no Pacto de Lausanne, um documento cristão, ortodoxo e evangélico por natureza. Quanto a Teologia da Missão Integral ‘politizada’, e por isso mesmo, falsa e não integral, digo que sequestrou o Pacto de Lausanne, causando prejuízo imenso à Igreja.

Acredito necessária essa distinção a fim de manter as coisas em seus devidos lugares. Certamente o leitor conhece aquela anedota que fala de alguém que viu a água da banheira suja, e jogou fora também a criança que tomava banho. Pois bem, se é verdade que alguns sequestraram Lausanne em nome de uma falsa Missão Integral, cabe a nós resgatarmos sua legitima teologia em prol de da verdadeira integralidade da Pregação Cristã.




Infelizmente, ocorre que para algumas pessoas, o simples fato de um documento como Lausanne fazer menção ao papel social da Igreja, já é o bastante para transformá-lo em uma conspiração marxista! Contudo, denunciar explorações, desigualdades, discriminações e injustiças sociais não é criação do marxismo. Lutar por uma sociedade melhor não é criação marxista. Na verdade, me perdoem alguns, o marxismo é justamente o oposto de tudo isso (risos). E se existe algo capaz de transformar o mundo, esse algo atende pelo nome de Evangelho. O Pacto de Lausanne, assim como a Doutrina Social da Igreja (documento da Igreja Católica), tentam apenas apontar alguns valores bíblicos para a vida em sociedade, e se alguns politizam suas assertivas, lamento.

Por fim, creio que apenas na Teologia Reformada podemos encontrar uma teologia realmente Integral. Não há dicotomias no pensamento reformado. Não acreditamos na existência de algo especial na vida monástica, ou no legalismo religioso. Não sacrificamos o corpo em prol do espírito, ou vice-versa. Para nós, o homem é um todo, e a vida cristã também. Confessamos que a Bíblia é toda suficiente e necessária, possuindo resposta para todas as perguntas do homem. Isso é missão integral.







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sábado, 20 de outubro de 2012

Vulneráveis a duras penas



  
A pesquisadora da Universidade de Houston Brené Brown obteve mais de 5 milhões de “hits” com uma palestra sobre a importância da vulnerabilidade. Confesso que não me impressionei quando a ouvi. A palavra “vulnerável” pra mim tinha um significado negativo. Ser vulnerável é ser fraco, estar exposto. Sempre gostei dos super-heróis da Marvel. O Super-Homem, Thor, o Homem de Ferro são imunes, couraças impenetráveis. Quem quer ser frágil?
 
Na minha convivência fora do Brasil percebi que a palavra “vulnerável” é usada positivamente. Como líder você tem de ser transparente em relação a suas fraquezas e lutas. Ser vulnerável é baixar as defesas, não desconfiar quando confia, expor sem medo as misérias da alma. Segundo a pesquisadora, as pessoas que vivem assim são mais felizes.
 
Porém, gato escaldado tem medo de água fria. Se eu expuser o que sinto, os problemas que tenho, serei julgado; meu poder social será anulado. Aos olhos dos outros, me tornarei o pecado que confessei.
 
Meu marido teve de estudar o tema da vergonha em um curso de mestrado em aconselhamento cristão. A resistência contra a vulnerabilidade começa no conceito de vergonha. Em sua pesquisa ele aprendeu que a maioria das culturas do mundo -- inclusive a brasileira -- é baseada na vergonha. O oposto seria a cultura da culpa, que ainda prevalece nos países protestantes, mas está perdendo força. O cristianismo ensinou a psicologia coletiva da culpa, absorvida pelo indivíduo, mas eximida individual e socialmente.
 
A diferença entre vergonha e culpa é grande. Quando sinto culpa, reconheço um comportamento errado que pode ser mudado. A vergonha diz respeito a quem eu sou. Ter culpa corresponde a dizer: “Perdoe-me, eu cometi um erro”. Ter vergonha, no entanto, é como dizer: “Perdoe-me, eu sou um erro”.
 
Na cultura brasileira, o maior mecanismo social de restrição de comportamento é a vergonha. O problema começa em casa com a maneira como educamos os filhos: “Papai do céu está olhando”; “Não me faça passar vergonha”; “Menino, você é um problema”. Segundo estudos, a diferença entre estas afirmações e as que reconhecem a culpa pelo ato não é meramente linguística. O “você é ... X você fez ...” está diretamente ligado ao rendimento escolar, uso de drogas na adolescência e até mesmo a crimes. A criança educada num lar onde prevalece a punição da vergonha tem mais propensão aos problemas.
 
O problema claro é que ninguém é perfeito, porém mesmo assim fomos feitos para sermos amados e aceitos. Como conciliar a necessidade de aceitação com a inevitável imperfeição humana? Evite a vergonha. Como evitar a vergonha? Nunca se exponha. Nunca apareça como é nem diante dos mais íntimos. Conviva com a dor de nunca se tornar conhecido e, portanto, nunca ser amado como realmente é.
 
A cultura da vergonha, por usar o descrédito público e a dor da humilhação social para reprimir, não permite a redenção. Uma vez envergonhada, a pessoa jamais recupera sua influência. A alternativa é cultivar aparências. Dos líderes, então, exigimos que sejam heróis, perfeitos. Talvez por isso acabamos iludidos por tiranos. Colocamos o líder acima do povo, numa posição sobre-humana, e assim ele se torna aos seus próprios olhos.
 
O desafio de Brené Brown acabou me conquistando. A dor de se esconder é pior do que a vergonha de se expor. O evangelho verdadeiro me ensina que das minhas culpas eu me arrependo e sou liberta. E, porque não sou o pecado que cometo, posso expor as minhas imperfeições. O amor que Cristo tem por mim não é condicional a uma pretensa perfeição religiosa. Adeus super-mulher e super-missionária. Você tem direito de errar.

__________
Bráulia Ribeiro trabalhou na Amazônia durante trinta anos. Hoje mora em Kailua-Kona com sua família e está envolvida em projetos de tradução da Bíblia nas ilhas do Pacífico. É autora de Chamado Radical.

Fonte : ultimato.com.br
 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Talibã evangélico: Candidata crente promete a pastores eliminar católicos da cidade, fechar templos de outras religiões e financiar igrejas evangélicas.





A carta a seguir é parte da campanha no estilo “Dick Vigarista” da então candidata, e agora eleita, vice-prefeita da cidade mineira de Ibirité – a pastora Dolores da Igreja do Evangelho Quadrangular.

A missiva foi distribuída SOMENTE AOS PASTORES da IEQ e demais clérigos que compareceram aos encontros promovidos pela candidata Dolores. Atenção para a orientação ao final da carta (“Esta carta é extremamente secreta, não entregue. Cópia dela (sic) deve ser lida nos cultos do último domingo antes das eleições como combinamos na reunião. EXIJA O VOTO DE SEU REBANHO.”):




O endereço do remetente não deixa dúvidas sobre a autoria da carta: Conselho Politico RUA FREITAS DE OLIVEIRA, 192 – Alvorada – Ibirité, MG. Conselho político? É isto que há neste endereço? O Google responde:


Igreja agora virou comite eleitoral?  E por que não? Se muitas viraram covil de ladrões, comite eleitoral está é bom demais!

 
O texto é assustador. Promete cercear a liberdade religiosa dos católicos, destruir seus lugares de devoção, impedir a abertura de novas igrejas e ainda ameaça fazer lavagem cerebral nas escolas. Garante que ira usar recursos públicos para tolher a liberdade religiosa alheia e ainda financiar as igrejas evangélicas!

Diante de tudo o que li e vejo, sou obrigado a concordar com quem disse: “Deus me livre de um Brasil evangélico!”. Eu não quero viver num país assim! Se este é o projeto dos “evangélicos”, eu me pergunto qual seria o projeto do anticristo? Alguém imaginaria Jesus tentando converter alguém no fio da espada? Impedindo algum sacerdote de fazer o sepultamento de um samaritano? Tendo publicanos desviando impostos para o "reino"? Creio que não!

É preciso deixar claro que este é um caso de polícia. As práticas referidas nesta carta ferem diversos dispositivos constitucionais e a lei eleitoral. Estamos encaminhando o link deste post para o ministério público de Minas Gerais e para o Tribunal Regional eleitoral, esperando que sejam tomadas as devidas providências contra esta quadrilha instalada na cidade mineira de Ibirité, sob a fachada de uma igreja evangélica.

A vice-prefeita foi eleita pelo PSDB, mas é o caso de impugnar a candidatura e barrar a sua posse e a do prefeito eleito, o senhor Pinheirinho, seu aliado no esquema.

Que vergonha! Que saudade da perseguição! 




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sábado, 13 de outubro de 2012

"O mundo acaba nesta sexta", afirma profeta do Piauí



por Johnny Bernardo

Fundador do grupo religioso "Barca", Luiz Pereira dos Santos, 43, afirma que o mundo acabará nesta sexta-feira, pontualmente às 16h. Segundo o "profeta", às 05h do dia 29 de julho de 2009 um “anjo lhe apareceu, em seu quarto, e lhe deu os detalhes do fim do mundo e de sua chamada”. Deixou seu emprego de zelador e passou a se dedicar à nova fé.

Após conseguir alguns seguidores, o “profeta” estabeleceu sua base no Parque Universitário, zona leste de Teresina. Em uma propriedade, que abriga duas casas e que passou a ser conhecida como “Barca”, vivem 120 pessoas em regime de submissão, tendo sido obrigadas a deixarem seus empregos, bens, estudos e familiares.

O grupo religioso, fundado por Luiz Pereira, possue características típicas de um movimento destrutivo, como isolamento de adeptos, manipulação psicológica e financeira, incentivo de práticas obscenas, e uso de temas apocalípticos como forma de coação e medo. Às semelhanças também podem progredir para algo mais perigoso, como suicídio coletivo.

A programação – termo utilizado por pesquisadores de movimentos destrutivos para descrever o domínio psicológico exercido sobre adeptos – inclui a proibição de que os seguidores tenham acesso a programas televisivos e radiofônicos seculares, dedicação exclusiva aos cultos promovidos pela Barca, e casamento entre crianças e adolescentes.


Investigação


Luiz Pereira dos Santos vem sendo investigado pelo Ministério Público do Estado do Piauí desde o começo de 2012 tendo sido autuado em flagrante no dia 29 de julho por curandeirismo e charlatanismo, mas liberado após pagar fiança de R$ 207. O “profeta” teria sido autuado após denúncia feita por Alda Maria, 44. Segundo o 11º Distrito Policial de Teresina, Alda Maria também teria sido vítima de agressão física. 

No mês passado, segundo informações do portal Terra, o “profeta” foi detido pela Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente acusado de proibir as crianças de irem para a escola. Após autorização expedida pela juíza Maria Luíza de Moura, a DPCA removeu hoje (11) as 19 crianças que faziam parte da comunidade, além de encontrar uma quantidade considerável de veneno de rato na casa, segundo o jornal 180graus





Johnny Bernardo é jornalista, pesquisador da 
religiosidade brasileira e colaborador do Genizah













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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Jesus, o remédio para uma igreja enferma



Autor(a): Rev. Hernandes Dias Lopes



Alguns estudiosos da Bíblia, dentre as fileiras do Dispensacionalismo, afirmam que as setes igrejas da Ásia Menor são um símbolo dos sete períodos da história da igreja, assim classificados: Éfeso simboliza a igreja apostólica; Esmirna, a igreja dos mártires; Pérgamo, a igreja oficial dos tempos de Constantino; Tiatira, a igreja apóstata da Idade Média; Sardes, a igreja da Reforma; Filadélfia, a igreja das missões modernas e Laodicéia, a igreja contemporânea. Essa classificação, entretanto, não tem qualquer amparo histórico nem qualquer fundamentação bíblica.
Jesus elogia duas dessas igrejas: Esmirna e Filadélfia, mesmo sendo a primeira pobre e a segunda fraca. Quatro delas recebem elogios e censuras: Éfeso, Pérgamo, Tiatira e Sardes. A última, Laodicéia, só recebe censuras e nenhum elogio. Algumas lições podemos aprender com essas igrejas:
1. Jesus conhece profundamente a sua igreja. Jesus está no meio da igreja e anda no meio dela. Para cinco dessas igrejas (Éfeso, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia) Jesus disse: "Eu conheço as tuas obras". Para a igreja de Esmirna Jesus disse: "Eu conheço a tua tribulação" e a para a igreja de Pérgamo, Jesus disse: "Eu conheço o lugar onde habitas, onde está o trono de Satanás". Jesus conhece as obras da igreja, os sofrimentos da igreja e o lugar onde a igreja está estabelecida.
2. Jesus não se impressiona com aquilo que impressiona a igreja. O diagnóstico de Jesus difere da nossa avaliação. O que nos impressiona, não impressiona a Jesus. À pobre igreja de Esmirna Jesus disse: "Tu és rica"; mas à rica igreja de Laodicéia Jesus disse: "Tu és pobre". A riqueza de uma igreja não está na beleza do seu santuário nem na pujança de seu orçamento, mas na vida espiritual de seus membros. À igreja de Sardes que dá nota máxima para sua espiritualidade, julgando-se uma igreja viva, Jesus diz: "Tu estás morta". À igreja de Filadélfia que tinha pouca força, Jesus diz: "Eu coloquei uma porta aberta diante de ti".
3. Jesus não se contenta com doutrina sem amor nem com amor sem doutrina. Jesus elogia a igreja de Éfeso por sua fidelidade doutrinária, mas a reprova pelo abandono do seu primeiro amor. A igreja de Éfeso era ortodoxa, mas faltava-lhe piedade. Tinha teologia boa, mas não devoção fervorosa. Por outro lado, Jesus elogia a igreja de Tiatira pelo seu amor, mas a reprova pela sua falta de zelo na doutrina. A igreja tinha obras abundantes, mas estava tolerando o ensino de uma falsa profetisa. Não podemos separar a ortodoxia da piedade nem a doutrina da prática do amor.
4. Jesus sempre se apresenta como solução para os males da igreja. A restauração da igreja não está na busca das novidades do mercado da fé, mas em sua volta para Jesus. Ele é o remédio para uma igreja enferma, o tônico para uma igreja fraca e o caminho para uma igreja transviada. À igreja de Sardes, onde havia morte espiritual, Jesus se apresenta como aquele que tem os sete Espíritos de Deus, para reavivá-la. À igreja de Esmirna que enfrenta a perseguição e o martírio, Jesus se apresenta como aquele que venceu a morte. Jesus é plenamente suficiente para suprir as necessidades da sua igreja, plenamente poderoso para restaurar a sua igreja e plenamente gracioso para galardoar a sua igreja.
5. Jesus se apresenta à sua igreja para fazer alertas e também promessas.Para todas as igrejas Jesus faz solenes alertas e também generosas promessas. Andar pelos atalhos da desobediência é receber o chicote da disciplina e permanecer no pecado é receber o mais solene juízo. Mas permanecer na verdade é ser vencedor. Arrepender-se e voltar-se para Deus é receber do Filho de Deus as mais gloriosas promessas de bênçãos no tempo e na eternidade, na terra e no céu!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

“Prudente Construtor”: Igreja Mundial lança colher de pedreiro milagrosa por R$ 153,00




“Prudente Construtor”: Igreja Mundial lança colher de pedreiro milagrosa por R$ 153,00
O apóstolo Valdemiro Santiago e a Igreja Mundial do Poder de Deus lançaram uma colher de pedreiro intitulada “Prudente Construtor” por R$ 153,00.
A ferramenta, que segundo Valdemiro não é para ser usada, servirá para que os fiéis alcancem seus objetivos: “Essa aí não é pra você enfiar no cimento não! Isso aí é ungido, é pra você tocar nos seus projetos, contrato, processo… Onde você tocar, vai ser abençoado!”, garantiu o apóstolo.
O objeto, dourado, vem com a inscrição “Prudente Construtor” de um lado, e a reprodução do megatemplo da denominação, Cidade Mundial, do outro.
Santiago afirma que a sua colher “Prudente Construtor” é “maior do que a que usava quando era pedreiro”, e encoraja os fiéis da Igreja Mundial a adquirirem o produto: “Eu não quero que você faça contas. Calculadora, caneta, negativo. Você vai dizer pra Deus: ‘Senhor, eu faço parte desta construção!’. E você vai investir até o dia 12/10 [...] R$ 153,00”.
Anteriormente, a Igreja Mundial já havia lançado outros produtos, com objetivos e valores distintos. Entre eles, a Fronha dos Sonhos, que seria simbólica para o alcance de desejos; a Meia Ungida, que sob o argumento de abençoar os pés dos fiéis, os levaria a viver milagres; e a Toalhinha dos Milagres, que dentre outras funções, seria capaz da sanar dívidas e curar fiéis.
Os empreendimentos de Valdemiro Santiago e da Igreja Mundial do Poder de Deus já renderam diversas críticas à denominação e seu líder. Recentemente, o apresentador de televisão Carlos Massa, o Ratinho, classificou o apóstolo da Mundial de “estelionatário“. Como reação, Santiago chamou o apresentador para a briga.
Assista abaixo ao vídeo em que o apóstolo Valdemiro Santiago apresenta a colher de pedreiro “Prudente Construtor”:
Por Tiago Chagas, para o Gospel+

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Decálogo do Voto Ético para cristãos !





Conseguir benefícios para a igreja, como a doação de terrenos para templos; ter linhas especiais de crédito bancário; obter concessões de rádios e TVs; ter tratamento especial perante a lei... Esses são apenas alguns tipos de barganha, "acertos", acordos e composições de interesse que costumam ocorrer nos bastidores em épocas de campanhas eleitorais, envolvendo também políticos e candidatos evangélicos. 

Mas, no que depender da AEvB - Aliança Evangélica Brasileira, os candidatos que costumam ter este tipo de comportamento não terão o voto dos fiéis.

Considerando que os evangélicos são um dos mais expressivos segmentos da população (18,9 milhões de eleitores evangélicos brasileiros ou 15,4% dos 126 milhões de eleitores, segundo o Censo 2000) - a AEvB, reunida em Conferência com Igrejas, Missões e Instituições, julgou indispensável trazer sua contribuição informativa e formativa à comunidade religiosa a ela vinculada, na intenção de contribuir para um processo eleitoral no qual o voto evangélico não seja manipulado, como muitas vezes já o foi, mas usado com consciência e objetividade, ajudando a igreja a amadurecer no exercício da sua cidadania política. 

Eis aqui alguns balizamentos fundamentais sobre o uso ético do voto evangélico, conforme o sumário de propostas defendidas na Conferência da AEvB: 

I. O voto é intransferível e inegociável. Com ele o cristão expressa sua consciência como cidadão. Por isso, o voto precisa refletir a compreensão que o cristão tem de seu País, Estado e Município;

II. O cristão não deve violar a sua consciência política. Ele não deve negar sua maneira de ver a realidade social, mesmo que um líder da igreja tente conduzir o voto da comunidade noutra direção;

III. Os pastores e líderes têm obrigação de orientar os fiéis sobre como votar com ética e com discernimento. No entanto, a bem de sua credibilidade, o pastor evitará transformar o processo de elucidação política num projeto de manipulação e indução político-partidário;

IV. Os líderes evangélicos devem ser lúcidos e democráticos. Portanto, melhor do que indicar em quem a comunidade deve votar é organizar debates multipartidários, nos quais, simultânea ou alternadamente, representantes das correntes partidárias possam ser ouvidos sem preconceitos;

V. A diversidade social, econômica e ideológica que caracteriza a igreja evangélica no Brasil impõe que não sejam conduzidos processos de apoio a candidatos ou partidos dentro da igreja, sob pena de constranger os eleitores (o que é criminoso) e de dividir a comunidade;

VI. Nenhum cristão deve se sentir obrigado a votar em um candidato pelo simples fato de ele se confessar cristão evangélico. Antes disso, os evangélicos devem discernir se os candidatos ditos cristãos são pessoas lúcidas e comprometidos com as causas de justiça e da verdade. E mais: é fundamental que o candidato evangélico queira se eleger para propósitos maiores do que apenas defender os interesses imediatos de um grupo religioso ou de uma denominação evangélica. É óbvio que a igreja tem interesses que passam também pela dimensão político-institucional. Todavia, é mesquinho e pequeno demais pretender eleger alguém apenas para defender interesses restritos às causas temporais da igreja. Um político de fé evangélica tem que ser, sobretudo, um evangélico na política e não apenas um "despachante" de igrejas. Ao defender os direitos universais do homem, a democracia, o estado leigo, entre outras conquistas, o cristão estará defendendo a Igreja.

VII. Os fins não justificam os meios. Portanto, o eleitor cristão não deve jamais aceitar a desculpa de que um evangélico político votou de determinada maneira porque obteve a promessa de que, em assim fazendo, conseguiria alguns benefícios para a igreja, sejam rádios, concessões de TV, terrenos para templos, linhas de crédito bancário, propriedades, tratamento especial perante a lei ou outros "trocos", ainda que menores. Conquanto todos assumamos que nos bastidores da política haja acordos e composições de interesse, não se pode, entretanto, admitir que tais "acertos" impliquem na prostituição da consciência cristã, mesmo que a "recompensa" seja, aparentemente, muito boa para a expansão da causa evangélica. Jesus Cristo não aceitou ganhar os "reinos deste mundo" por quaisquer meios, Ele preferiu o caminho da cruz.

VIII. Os votos para Presidente da República e para cargos majoritários devem, sobretudo, basear-se em programas de governo, e no conjunto das forças partidárias por detrás de tais candidaturas que, no Brasil, são, em extremo, determinantes; não em função de "boatos" do tipo: "O candidato tal é ateu"; ou: "O fulano vai fechar as igrejas"; ou: "O sicrano não vai dar nada para os evangélicos"; ou ainda: "O beltrano é bom porque dará muito para os evangélicos". É bom saber que a Constituição do país não dá a quem quer que seja o poder de limitar a liberdade religiosa de qualquer grupo. Além disso, é válido observar que aqueles que espalham tais boatos, quase sempre, têm a intenção de induzir os votos dos eleitores assustados e impressionados, na direção de um candidato com o qual estejam comprometidos.

IX. Sempre que um eleitor evangélico estiver diante de um impasse do tipo: "o candidato evangélico é ótimo, mas seu partido não é o que eu gosto", é compreensível que dê um "voto de confiança" a esse irmão na fé, desde que ele tenha as qualificações para o cargo. Entretanto, é de bom alvitre considerar que ninguém atua sozinho, por melhor que seja o irmão, em questão, ele dificilmente transcenderá a agremiação política de que é membro, ou as forças políticas que o apoiem.

X. Nenhum eleitor evangélico deve se sentir culpado por ter opinião política diferente da de seu pastor ou líder espiritual. O pastor deve ser obedecido em tudo aquilo que ensina sobre a Palavra de Deus, de acordo com ela. No entanto, no âmbito político-partidário, a opinião do pastor deve ser ouvida apenas como a palavra de um cidadão, e não como uma profecia divina.

- Aliança Evangélica Brasileira -
Fonte: AEvB - http://www.aevb.com.br/votoetico.htm