sábado, 21 de março de 2015

Vai chegar o dia em que cantarei com perfeição o que sempre fiz com aprendiz

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Num fim de tarde nublado ouço o som de um saxofone entoando um cântico cristão. A melodia é prejudicada pelas notas que não se encaixam perfeitamente , fruto de insegurança e imperícia de um aprendiz.Senti vontade de ficar na rua ouvindo esse aprendiz por algum tempo e aplaudi-lo pela persistência e por causar sentimentos tão bons em meu coração em uma tarde cinzenta.
É sempre bom ouvir os músicos em seus primeiros acordes, começam errando muito , fazendo barulho por usarem e abusarem da força, pois ainda lhes falta técnica.Tive a oportunidade de ver o crescimento de músicos  que um dia chegaram a perturbar meus ouvidos e hoje o tocam com a harmonia e acordes perfeitos.
O aprendiz é aquele descrito pelo poeta Jorge Camargo : 
Não rejeite os tímidos começos 
Eles também rumam aos finais,
A deselegância dos tropeços
Move a contradança dos casais 
Ele se  dedica mais porque ainda não sabe, ainda não domina ainda não é senhor.O aprendiz não é profissional, é considerado amador e nas palavras de um cantor cristão nordestino " Se armador é o que arma eu prefiro ser amador porque este é o que ama". É assim que agente cresce, quando se dispõe a aprender, com tudo e todos .Disponível a ouvir o simples e tirar dele o abstrato , sentar -se ao lado do velho e receber o novo, trocar uma idéia com o analfabeto e dele receber conhecimento , ver o pobre e aprender a ser rico , observar o rico vendo o quanto se pode ser pobre.
Espero um dia mostrar com perfeição o que aprendi  com peregrino nesse jardim onde Deus me colocou.Espero superar minhas imperfeições,pouca habilidade e falta de talento natural pra determinados afazeres e artes com a graça de quem me revestiu de amor de Pai quando fui aprendiz desajeitado em um tempo onde a graça do Pai é o bastante.
Quando o grande dia chegar eu cantarei com perfeição o que sempre fiz como aprendiz " Senhor valeu a pena".

Adilson Ferreira

Alex Gonzaga em Capelinha


Nesta segunda feira dia 23 de março estará presente na Igreja Batista Renascer o cantor Alex Gonzaga (vocalista da banda Novo Som).
O Evento acontece a partir das 19: 30 hrs  na sede da Igreja Batista Renascer em Capelinha que fica localizada na rua Doutor Hermelindo,726.

terça-feira, 17 de março de 2015

A Perfeita Imperfeição


"A Perfeita Imperfeição

Quem foi que disse que o traço perfeito tem de ser reto? Há muito mais beleza nas curvas, no “torto”! Cartilhas do viver, convenções, estereotipagens, tudo bobagem. Quem é andarilho da vida sabe que há planos que se fazem enquanto se caminha, o destino nem foi alcançado e já há mudança de rotas.

Talvez isso seja nossa herança cartesiana, tudo sensato demais, lógico demais... Num mundo dominado por máquinas, os sentimentos viraram software, esboço automatizado do que um dia existiu como desrazão no coração. Em nosso tempo, até amar é mecânico, previsível e chato.  

Odeio a ditadura, sobretudo aquela que tenta serializar o pensamento. Neste sentido, ninguém consegue ser mais fabril do que a religião. A fé deixou de ser uma expressão da relação pessoal com o sagrado para se tornar um conjunto de normas e fluxos aceitos pela convenção do sindicato do clero. Quem crer diferente, está fora! Basta ser normal para não caber na “caixa”...

Os anos, creia-me, passam depressa depois dos quarenta. Um dia hoje, vale muito mais do que valia há dez ou quinze anos atrás. Eu olho com interesse redobrado o caminho que trilhei. Quando se é jovem, não há motivação para se guardar nada. Ao depois, todavia, surge certa sensação de perda, dá vontade de colher os pedaços que vão ficando pelo caminho para depois colar e vê no que dá. 

E foi olhando para dentro de mim, para os muitos “eus” que compõem o mosaico de quem sou, que percebi essa enorme desarrumação! Sim, eu já fui Quixote, um dia, amante dos impulsos, poeta pessimista, lutando contra moinhos... Mas também fui apolíneo, um Hércules invencível, aquartelado em fortalezas miméticas, prisioneiro do saber e da razão.    

Há uma glória, contudo, que não me pode ser negada: a de que eu fui muitos e único, nunca existi para fora, fugi o mais que pude dos recursos estéticos que plastificam a vida. Na minha incoerência, sempre houve coerência, eu expus no letreiro toda a anarquia interior que, na fábrica do coração, um dia, se fez amor e paixão.  

Portanto, não me amole, não me esfole, nem me moleste com seu senso de perfeição. Não me diga que não dá para ser desse jeito, que é preciso recondicionar minha alma para que o apetite pelo démodé se torne prato do dia. Fique com seus códigos, no meu sistema, o caos é o padrão, não há rotas, a nau se entrega as correntes e vai...

Hoje eu sou, mas, amanhã, quem sabe? Hoje é assim, contudo, tudo pode mudar! Hoje acredito, mas posso vir a duvidar... Já tens quase tudo de mim, não me tire essa loucura derradeira. Há tantas câmeras me filmando, quase me tornei controlável, dá-me, então, um pouco de espaço para ser o que você tem medo até de pensar. 

É que “pau que nasce torno” não vira mobília em museu, só serve para ser vara de boiadeiro rasgando o chão duro da Terra, comendo barro e poeira, descobrindo o sabor das manhãs... 

© 2015 @[100001904620770:2048:Carlos F. S. Moreira]
Outros textos podem ser lidos em http://anovacristandade.blogspot.com"

Quem foi que disse que o traço perfeito tem de ser reto? Há muito mais beleza nas curvas, no “torto”! Cartilhas do viver, convenções, estereotipagens, tudo bobagem. Quem é andarilho da vida sabe que há planos que se fazem enquanto se caminha, o destino nem foi alcançado e já há mudança de rotas.
Talvez isso seja nossa herança cartesiana, tudo sensato demais, lógico demais... Num mundo dominado por máquinas, os sentimentos viraram software, esboço automatizado do que um dia existiu como desrazão no coração. Em nosso tempo, até amar é mecânico, previsível e chato.
Odeio a ditadura, sobretudo aquela que tenta serializar o pensamento. Neste sentido, ninguém consegue ser mais fabril do que a religião. A fé deixou de ser uma expressão da relação pessoal com o sagrado para se tornar um conjunto de normas e fluxos aceitos pela convenção do sindicato do clero. Quem crer diferente, está fora! Basta ser normal para não caber na “caixa”...
Os anos, creia-me, passam depressa depois dos quarenta. Um dia hoje, vale muito mais do que valia há dez ou quinze anos atrás. Eu olho com interesse redobrado o caminho que trilhei. Quando se é jovem, não há motivação para se guardar nada. Ao depois, todavia, surge certa sensação de perda, dá vontade de colher os pedaços que vão ficando pelo caminho para depois colar e vê no que dá.
E foi olhando para dentro de mim, para os muitos “eus” que compõem o mosaico de quem sou, que percebi essa enorme desarrumação! Sim, eu já fui Quixote, um dia, amante dos impulsos, poeta pessimista, lutando contra moinhos... Mas também fui apolíneo, um Hércules invencível, aquartelado em fortalezas miméticas, prisioneiro do saber e da razão.
Há uma glória, contudo, que não me pode ser negada: a de que eu fui muitos e único, nunca existi para fora, fugi o mais que pude dos recursos estéticos que plastificam a vida. Na minha incoerência, sempre houve coerência, eu expus no letreiro toda a anarquia interior que, na fábrica do coração, um dia, se fez amor e paixão.
Portanto, não me amole, não me esfole, nem me moleste com seu senso de perfeição. Não me diga que não dá para ser desse jeito, que é preciso recondicionar minha alma para que o apetite pelo démodé se torne prato do dia. Fique com seus códigos, no meu sistema, o caos é o padrão, não há rotas, a nau se entrega as correntes e vai...
Hoje eu sou, mas, amanhã, quem sabe? Hoje é assim, contudo, tudo pode mudar! Hoje acredito, mas posso vir a duvidar... Já tens quase tudo de mim, não me tire essa loucura derradeira. Há tantas câmeras me filmando, quase me tornei controlável, dá-me, então, um pouco de espaço para ser o que você tem medo até de pensar.
É que “pau que nasce torno” não vira mobília em museu, só serve para ser vara de boiadeiro rasgando o chão duro da Terra, comendo barro e poeira, descobrindo o sabor das manhãs...
© 2015 Carlos F. S. Moreira
Outros textos podem ser lidos em http://anovacristandade.blogspot.com

Procurador Geral da República pede fim de obrigatoriedade da Bíblia em escolas e bibliotecas públicas




ESTADÃO

Procurador-geral da República alega que leis estaduais do RJ, RN, AM e MS ofendem o princípio da laicidade, previsto na Constituição Federal


Por Julia Affonso e Fausto Macedo


Em meio ao fogo cerrado da maior investigação sobre corrupção no País, em que mira 50 políticos, entre deputados, senadores, governadores sob suspeita de envolvimento com as propinas na Petrobrás, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encontrou tempo e disposição para agir em outra área.

Perante o Supremo Tribunal Federal (STF) Janot ajuizou nesta quinta-feira, 12, quatro ações diretas de inconstitucionalidade que questionam leis estaduais do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, de Mato Grosso do Sul e do Amazonas sobre a inclusão obrigatória da bíblia no acervo das bibliotecas e escolas públicas. Janot também propôs uma ação contra legislação de Rondônia que oficializa no Estado o livro como publicação-base de ‘fonte doutrinária para fundamentar princípios, usos e costumes de comunidades, igrejas e grupos’.

“O Estado de Rondônia não se restringiu a reconhecer o exercício de direitos fundamentais a cidadãos religiosos, chegando ao ponto de oficializar naquele ente da federação livro religioso adotado por crenças específicas, especialmente as de origem cristã, em contrariedade ao seu dever de não adotar, não se identificar, não tornar oficial nem promover visões de mundo de ordem religiosa, moral, ética ou filosófica”, afirma Janot.


Nas ações do RJ, RN, AM e de MS, o procurador alega que as leis ofendem o princípio da laicidade estatal, previsto na Constituição Federal. A legislação prevê que é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, manter subsídios, atrapalhar o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, a colaboração de interesse público.

Segundo Janot, se por um lado os cidadãos detêm liberdades individuais que lhes asseguram o direito de divulgarem publicamente suas crenças religiosas, por outro, o Estado não pode adotar, manter nem fazer proselitismo de qualquer crença específica.

“O princípio da laicidade lhe impede de fazer, por atos administrativos, legislativos ou judiciais, juízos sobre o grau de correção e verdade de uma crença, ou de conceder tratamentos privilegiados de uma religiosidade em detrimento de outras”, alega o procurador.

Ele aponta que, além de impedido de adotar ou professar crenças, o Estado encontra-se impossibilitado de intervir sobre aspectos internos de doutrinas religiosas.

“Seu dever com relação aos cidadãos, nessa seara, é o de apenas garantir a todos, independentemente do credo, o exercício dos direitos à liberdade de expressão, de pensamento e de crença, de forma livre, igual e imparcial, sendo vedada, em razão da laicidade, que conceda privilégios ou prestígios injustificados a determinadas religiões”, argumenta.

Na avaliação de Rodrigo Janot, ao obrigar a inclusão da Bíblia em escolas ou bibliotecas públicas, os quatro estados fizeram juízo de valor sobre livro religioso adotado por crenças específicas, considerando fundamental, obrigatória e indispensável sua presença naqueles espaços. “Contudo, incumbe aos particulares, e não ao Estado, a promoção de livros adotados por religiões específicas”, sustenta.

O procurador-geral da República destaca que seu interesse é “unicamente proteger o princípio constitucional da laicidade estatal”, de modo a impedir que os estados promovam ou incentivem crenças religiosas específicas em detrimento de outras, sempre se resguardando, por outro lado, os direitos dos cidadãos de assim procederem, em decorrência do exercício das liberdades de expressão, de consciência e de crença.

VEJA AS LEIS DE CADA ESTADO

Rio de Janeiro

A Lei fluminense 5.998/2011 torna obrigatória a manutenção de exemplares da Bíblia nas bibliotecas situadas no estado, impondo multa em caso de descumprimento, é o alvo da ADI 5248.

Rio Grande do Norte

Na ADI 5255, Rodrigo Janot pede a declaração de inconstitucionalidade da Lei potiguar 8.415/2003, a qual determina a inclusão no acervo de todas as bibliotecas públicas do estado de, pelo menos, dez exemplares da Bíblia Sagrada, sendo quatro delas em linguagem braile.

Mato Grosso do Sul

Os artigos 1º, 2º e 4º da Lei sul-mato-grossense 2.902/2004, que tornam obrigatória a manutenção, mediante custeio pelos cofres públicos, de ao menos um exemplar da Bíblia Sagrada nas unidades escolares e nas bibliotecas públicas estaduais, são o alvo da ADI 5256.

Amazonas

Na ADI 5258, o procurador-geral da República requer a inconstitucionalidade dos artigos 1º, 2º e 4º da Lei Promulgada amazonense 74/2010, os quais obrigam a manutenção de ao menos um exemplar da Bíblia Sagrada nas escolas e bibliotecas públicas estaduais.

Rondônia

Os artigos 1º e 2º da Lei rondoniense 1.864/2008 são questionados na ADI 5257. O primeiro oficializa no estado a Bíblia Sagrada como livro-base de fonte doutrinária para fundamentar princípios, usos e costumes de comunidades, igrejas e grupos. Já o segundo estabelece que essas sociedades poderão utilizar a Bíblia como base de suas decisões e atividades afins (sociais, morais e espirituais), com pleno reconhecimento no Estado de Rondônia, aplicadas aos seus membros e a quem requerer usar os seus serviços ou vincular-se de alguma forma às referidas instituições.





Já tem crente dizendo que depois de incriminar Eduardo Campos e acertar a pizza do petrolão no Planalto este homem dá  prova  de estar endemoniado...  he he 

Quem sai da igreja por causa das pessoas nunca entrou lá por causa de Jesus. Será?






Por Fernando Khoury


 Sobre jargões evangélicos

Tem circulado uma frase bastante rasa no face de vários evangélicos, dizendo que quem sai da igreja por causa das pessoas nunca entrou lá por causa de Jesus.

Inicialmente, não ia nem aprofundar minha opinião sobre essa frase "super profunda", pra não correr o risco de ser tachado de seminarista rebelde! Isto porque reconheço que vivo num meio onde jargões evangélicos carregados de inverdades têm sido cada vez mais vociferados nos púlpitos das igrejas, sem um mínimo de reflexão. E - para piorar - são reproduzidos acrítica e inocentemente por aqueles que, de boa-fé, ouvem a mensagem. Mas como meu comentário gerou uma sadia repercussão, mudei de ideia. Na minha opinião e da forma como enxergo a mensagem de Cristo, essa frase é apenas mais uma forma de os que se dizem cristãos criticarem e julgarem rapidamente as pessoas que saem da igreja. Esse jargão evangélico é mais uma daquelas frases prontas que contribui mais para segregar e julgar do que para ajuntar e se solidarizar. Sim, considero essa frase bastante rasa - e por diversas razões.

Primeiro, como seres limitados que somos, simplesmente não temos a prerrogativa de dizer que se alguém sai da igreja por causa da atitude de determinada pessoa é porque esse alguém nunca entrou na igreja por causa de Cristo. Muitas pessoas que buscam a Cristo sinceramente, infelizmente, são violentadas física e emocionalmente por pessoas de dentro da própria igreja. Muita gente acaba ficando gravemente machucada e traumatizada para a vida toda. Muitas acabam saindo da igreja sim, por causa de pessoas que estão dentro dela. É um fato - muito triste, por sinal.

Contudo, esse fato não confere aos que estão do lado de dentro a prerrogativa mesquinha e por demais pequena de dizer que, se tais pessoas saíram da igreja, é porque não conheceram ou não conhecem a Cristo. É uma prerrogativa que só cabe a Deus, que sonda os corações. Até porque algumas pessoas fazem parte da igreja por causa de Cristo, e até gostam das pessoas. Outras fazem parte da igreja por causa das pessoas, e até gostam de Cristo. Algumas pessoas vão à igreja para cultuar e adorar a Cristo, e até admiram as pessoas – ou não. Outras vão à igreja para idolatrar e paparicar as pessoas, e até admiram a Cristo – ou não. Nós, simplesmente, nunca saberemos quem é quem. E é bom que seja assim. Mas não é só isso.

Segundo, decorrente do primeiro ponto, porque simplesmente tem muita gente que está assiduamente na igreja e dela nunca vai sair, mas que nunca vai ter estado lá genuinamente por causa de Cristo. De acordo com Jesus, no mundo, o joio convive com o trigo e com ele se confunde, mas não cabe a nós dizer quem é quem. E essa frase acaba incidindo nesse erro.

Terceiro - e talvez o mais grave -, porque esse jargão confunde a igreja-instituição com a Igreja de Cristo. Igreja-instituição é a construção de 4 paredes, feita por mãos de homens, presa no tempo e no espaço, sujeita aos caprichos dos homens. Igreja de Cristo é o ajuntamento de todos os filhos de Deus ao redor do mundo, imaterial, invisível, noiva santa e imaculada, eterna, idealizada e construída pelas mãos do próprio Deus, pela qual o próprio Cristo morreu. Já ouvi muito líder evangélico dizer que o compromisso de Jesus é com a igreja-instituição, quando, na verdade, o que Jesus ensina é que as portas do inferno não prevalecerão contra sua Santa Igreja. Contra várias igrejas-instituição, onde a Verdade é sucateada e deturpada, infelizmente as portas do inferno já prevaleceram...há muito tempo.
Tendo isso em mente, podemos dizer que tem muita gente que sai da igreja-instituição, seja pelo motivo que for, sem nunca ter saído da Igreja de Cristo. Tem muita gente que nunca sai da igreja-instituição, seja pelo motivo que for, mas que nunca fará parte da Igreja de Cristo. Estar na igreja-instituição não significa estar em Cristo - mas quem está em Cristo e pertence à sua Santa Igreja sabe que deve sempre buscar uma comunidade de fé (igreja-instituição) que seja bíblica e saudável para cultuar a Deus juntamente com seus irmãos. Porém, não podemos confundir os dois conceitos, e, neste ponto, esse jargão erra mais uma vez.

Quarto, porque os alertas de Jesus quanto à perdição se destinaram, quase sempre, àqueles que se julgavam salvos e cumpridores da lei - os fariseus. Ou seja, àqueles que frequentavam regularmente o Templo e as sinagogas, mas nem por isso faziam parte da Igreja de Cristo. Àqueles que se julgavam salvos, por se amoldarem a um conceito pré-estabelecido, mas que no fundo estavam perdidos. Por outro lado, Jesus vai dizer que as pessoas que, muito provavelmente, eram excluídas e não faziam parte desse sistema pré-moldado (os publicanos e as prostitutas) estavam entrando antes do que os fariseus no reino dos céus. Porque enquanto os que estavam do lado de fora, alijados do sistema, criam em Cristo e se arrependiam, os que estavam do lado de dentro se perdiam cada vez mais.
Ou seja, aplicando o alerta de Jesus à realidade dos dias de hoje, creio que nós - os que permanecemos dentro da igreja-instituição e dentro de um conceito pré-concebido- é que temos que sempre fazer uma auto-avaliação interna quanto à nossa real motivação e permanecermos sempre vigilantes para não nos perdermos no meio do caminho. Pois a mensagem de Cristo aos que se julgavam salvos era: "Cuidado! Quem está do lado de dentro pode estar fora, e quem está do lado de fora pode estar dentro".

Não quero dizer com isso que nós, os de dentro, estejamos perdidos, tampouco que os de fora estejam salvos. Quero dizer, simplesmente, que o alerta de Jesus foi para os que estavam do lado de dentro, ou seja, para nós. E esse tipo de frase - vinda e compartilhada de maneira irrefletida e aos quatro ventos pelos que estão do lado de dentro - não contribui em nada para que possamos demonstrar o amor de Cristo na prática, tanto pelos que saíram entristecidos da igreja-instituição, quanto pelos que continuam orgulhosamente dentro dela - seja por qual motivo for.

Enfim, que eu e você possamos refletir mais da próxima vez que formos disseminar ou compartilhar um jargão clichê gospel que adultera a Verdade, pois jargões desse tipo podem ter sido facilmente compostos pelo próprio diabo em cartas escritas aos seus aprendizes.